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Cidades

Irregularidades no Bolsa Família em MS podem chegar a R$ 28 milhões

Nyelder Rodrigues | 11/11/2016 19:45

O MPF (Ministério Público Federal) identificou que o programa federal Bolsa Família pode ter pago irregularmente R$ 28.154.364,00 para em Mato Grosso do Sul podem ter sido realizados irregularmente 8.433 beneficiários com perfis considerados suspeitos. Os dados foram divulgados na tarde desta sexta-feira (11).

Conforme o raio-x, foram encontradas possíveis fraudes em todos os 79 municípios do Estado - ao todo, foram apurados 8.433 casos referentes ao período entre 2013 e maio de 2016. Entre os beneficiários, há 95 pessoas mortas e 60 que realizaram doação em campanha eleitoral superior ao valor recebido em benefício.

Há ainda 16 servidores públicos que doaram em campanha, 2.383 servidores presentes em clã de até quatro pessoas, e 6.218 empresários. Campo Grande lidera a lista de recebedores suspeitos, com 2.076 pessoas analisadas, somando R$ 6.201.735 - ao todo, a Capital pagou R$ 149,8 milhões em benefícios.

A cidade que aparece em seguida na lista é Corumbá, com 415 recebedores suspeitos (R$ 1,4 milhões). Logo atrás aparecem Ponta Porã - 449 casos, somando R$ 1,3 milhões - e Dourados - com 350 recebedores e R$ 1,2 milhões suspeitos.

Já em percentual, Porto Murtinho é a com maior índice de suspeitos, 8,06%, ou seja, 171 recebedores. Dos R$ 8,2 milhões pagos pelo programa federal na cidade, localizada a 431 km de Campo Grande, R$ 663.259 estão sob suspeita.

Bonito aparece como a segunda cidade com mais suspeitas em Mato Grosso do Sul, em percentual. Lá, a suspeita do MPF é que R$ 500 mil dos R$ 7,3 milhões pagos desde 2013 sejam irregulares, beneficiando 137 pessoas. Nova Alvorada do Sul é a terceira, com R$ 113 recebedores suspeitos - 6,26% do total de beneficiados, somando R$ 346 mil.

Menores índices - O raio-x foi realizado em todo o país, identificando até R$ 3,31 bilhões pagamentos suspeitos para 874 mil beneficiários. Os valores suspeitos são 3,84% do total destinado pelo programa, enquanto que os recebedores em xeque são 4,07% do total de integrantes do Bolsa Família.

Assim, Mato Grosso do Sul está abaixo da média nacional, já que apenas 3,3% dos benefícios e 3,45% dos beneficiários são considerados suspeitos pelo MPF. Aqui, 20 municípios estão acima da média apresentada pelo MPF, o que faz o oitavo estado com menor índice de possíveis irregularidades suspeitas. Campo Grande é a 14ª neste ranking.

Os municípios acima da média do país no Estado são Porto Murtinho, Bonito, Nova Alvorada do Sul, Figueirão, Sonora, Costa Rica, Batayporã, Alcinópolis, Cassilândia, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia, Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Chapadão do Sul, Itaporã, Bataguassu, Água Clara, Campo Grande, Nova Andradina e Selvíria.

Entre os menores índices recebedores suspeitos em Mato Grosso do Sul estão Sete Quedas (0,68%), Antônio João (0,89%), Paranhos (1,1%), Caracol (1,19%) e Caarapó (1,28%). Em números brutos, Novo Horizonte do Sul e Paraíso das Águas são as cidades com menos suspeitos, com cinco cada. Sete Quedas tem seis e Jateí tem 10 casos.

Providências - De acordo com o MPF, os casos foram identificados em ferramenta própria que cruzou dados do Governo Federal, TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Receita Federal e de tribunais de contas.

Entre os meses de julho e setembro deste ano, foram emitidas recomendação pela promotoria federal, definindo prazos de 60 a 120 dias para que as prefeituras realizassem verificações para confirmar as suspeitas e cancelar os benefícios em que fosse constatado irregularidades de fato.

Não foi informado os prazos e respostas obtidas em Mato Grosso do Sul, onde já foram expedidas 56 recomendações - 70,89% dos municípios, restando ainda 23 municípios a receberam os documentos que tem caráter de orientação e pré-judicial.

Em todo o país, apenas 31 cidades não apresentaram indícios de pagamento suspeito. O Raio-X Bolsa Família é uma ação nacional coordenada pelas Câmaras Criminal e de Combate à Corrupção do MPF, contando também com apurações realizadas pelas promotorias regionalizadas.

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