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Cidades

PM fecha 2017 com 60 prisões e 3 armas apreendidas a cada dia em MS

Comandante da Corporação diz que crise, desemprego e aumento da população são fatores que ampliam crimes violentos

Guilherme Henri e Marta Ferreira | 20/12/2017 06:52
Comandante geral da PM em MS, o coronel Waldir Ribeiro Acosta (Foto: Paulo Francis)
Comandante geral da PM em MS, o coronel Waldir Ribeiro Acosta (Foto: Paulo Francis)

A cada dia de 2017, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul prendeu 60 pessoas.  E a cada 24 horas, um número perto de 3 armas irregulares foram apreendidas. O dado foi apresentado pelo comandante da Corporação, coronel Waldir Ribeiro Acosta, para quem, apesar dos fatores que são causas de ampliação da violência, entre eles crise econômica, o desemprego e aumento populacional, o ano termina com um "empate" em termos de índices de criminalidade na percepção da força de segurança que está nas ruas para fazer a prevenção, ou seja, a linha de frente.

O balanço considera o período até 10 de dezembro. Nesse intervalo de tempo, conforme Acosta, a Polícia Militar fez 7.220 operações em todo o Estado, que resultaram em 588.656 abordagens de pessoas, além de 517 veículos vistoriados. Não foram listados dados comparativos com o ano anterior.

Destas abordagens 29.399 pessoas foram presas. Do total, mais de 4 mil eram foragidos da Justiça. Os dados sobre apreensão são sintomáticos sobre as máfias que movimentam o crime organizado no Estado.

Foram apreendidas 167.1 toneladas de entorpecentes, o equivalente a 485 quilos a cada nascer de sol. Em relação ao contrabando de cigarro, que tem sido notícia frequente, a apreensão, segundo os dados divulgados pela Polícia Militar, atingiu 694.432 pacotes de cigarros, o que dá mais de 2 mil pacotes por dia.  

Considerando o valor total, as apreensões de cigarros contrabandeados tiraram de circulação mais de 6,4 milhões de maços, que, vendidos livremente nas ruas, valem R$ 27 milhões.

Veículos - Ainda de acordo com os números citados pelo coronel Acosta, em 2017, até o dia 10 de dezembro, a PM recuperou 2.567 veículos roubados ou furtados. Fazendo a conta diária, são 7,4 veículos.

Para Acosta, são dados que dão à sociedade a resposta de investimentos feitos. “O Governo do Estado investiu R$ 115 milhões na segurança pública e na prática recebemos armamento, equipamentos e viaturas para todos os batalhões”, destaca.

Além de infra-estrutura, ele vê a corporação mais valorizada no aspecto humano. “A questão das promoções estão sendo colocadas em dia e já estamos finalizando um curso para que os oficiais se atualizem”, detalha.

Movimentação no dia em que policiais militares foram presos (Foto: Nyelder Rodrigues)
Movimentação no dia em que policiais militares foram presos (Foto: Nyelder Rodrigues)

Violência - Questionado sobre a sensação de que a criminalidade aumentou, Acosta afirma que alguns casos emblemáticos acabam marcando a sociedade e que, no balanço, deve ser levada em conta a resposta das forças de segurança. “Tivemos o caso do vereador e a esposa que foram mortos e o trabalho entre Polícia Militar e Civil resultou na prisão dos envolvidos em pouco tempo”, lembra.

Na Capital, onde aconteceu o duplo assassinato do ex-vereador Cristovão Silveira e da mulher dele, Fátima Silveira, os números parciais mostram que de janeiro até o fim de outubro 87 pessoas foram assassinadas, 53 pessoas morreram no trânsito e cinco pessoas morreram após serem assaltadas.

Também foram registrados 5.576 roubos, 13.171 furtos, 390 roubos de veículos, 198 assaltos em casas, 1.538 furtos de carros e 4.226 furtos em residências.

Corrupção – Este ano também foi marcado pelo envolvimento de vários militares em crimes, como o da “máfia do cigarro”. Sobre o episódio, o comandante diz que de imediato a PM instaura inquérito na corporação e os suspeitos são levados a corte militar para que respondam e sejam devidamente penalizados por seus atos.

“Para isso temos o setor de inteligência e a corregedoria da PM que vão a campo para averiguar qualquer denúncia ou vestígio de má conduta”, afirma.

Questionado, o comandante não atribui o desvio de conduta estar relacionado com a remuneração de quem o comete, já que no contexto atual o salário do militar em MS é considerado “razoável”. “Nós vamos cumprir o que está na lei”, destaca.

2018 – Sobre as estratégias para o próximo ano, Waldir adianta que uma das primeiras é a de junto ao governo viabilizar mais cursos aos policiais. “Outra novidade é que já no início do ano está previsto a implantação de um stand de tiros próprio da PM, o que irá contribuir muito para nossos treinamentos”, revela.

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