Polícia investiga origem de pistoleiros que executaram delegado
A Polícia Civil já constatou que os autores da execução do delegado Paulo Magalhães, morto no dia 25 de junho, em Campo Grande, são pistoleiros contratados. “Estamos averiguando agora se estes homens são de Campo Grande ou vieram de fora do Estado especificamente para fazer o serviço”, diz um dos delegados que atua em apoio às investigações.
Sem dar detalhes, já que o caso segue sob segredo de Justiça, o policial ressalta apenas que as diligências continuam e que até o momento, nenhum dos suspeitos foi preso.
A execução do delegado demorou três segundos, segundo a perícia. De acordo com os perítos Francisco Orlando e Sávio Ribas, seis tiros atingiram Paulo Magalhães, que teve o corpo perfurado em 11 locais.
O assassinato de Magalhães causa polêmica e até levou a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul) a pedir a investigação pela Polícia Federal. A entidade teme que o crime fique impune, como ocorreu com os assassinatos de Edgar Pereira e Eduardo Carvalho.
Os dois homicídios seguiram o mesmo trâmite de Magalhães, foram colocados sob segredo de Justiça e até hoje não houve a punição dos envolvidos na execução.
Apesar do secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, ter antecipado que o esclarecimento é questão de honra, o assassinato segue sem grandes avanços nas investigações.
Execução - O delegado aposentado e professor universitário Paulo Magalhães de Araújo, 57 anos, buscava a filha na escola, no bairro Jardim dos Estados, quando foi abordado por pistoleiros. Ele foi atingido por cinco dos seis tiros de uma arma de calibre nove milímetros, de uso restrito do Exército.
Magalhães era advogado, professor universitário e uma figura polêmica dentro da Polícia Civil. Criou a ONG Brasil Verdade em Mato Grosso do Sul e depois da aposentadoria passou a se dedicar a fazer criticas, principalmente, contra a Segurança Pública e gestores públicos por enriquecimento ilícito.