A incrível fuga das plantas
Por Mário Sérgio Lorenzetto | 13/04/2025 08:10
Ninguém as respeita, são pouco estudadas, não sabemos nem remotamente quantas são, como funcionam, quais suas características. No entanto, sem elas a vida de nós, animais, não seria possível. Quem dera um Spilberg, ou um Shakespeare, pudesse nos revelar como seria o mundo se as plantas não tivessem surgido. E agora, o mais interessante: sabemos muito pouco sobre elas, e com frequência esse pouco que pensamos saber está errado.
Elas fogem do perigo.
Estamos convencidos de que, à diferença dos animais, as plantas são incapazes de perceber o ambiente ao redor, como nas queimadas, mas a realidade é que elas são mais sensíveis que os animais, fogem do perigo. Temos certeza de que o mundo delas é silencioso, incomunicável, e no entanto elas são comunicadoras de primeira linha. Algumas são grandes fofoqueiras. Apostamos que elas não mantém nenhum tipo de relação social mas, ao contrário, trata-se de organismos genuinamente sociais. Já viram, certamente, um tronco morto “brotar“ uma nova árvore, saiba que é a vizinha que está lhe dando alimentação para seu “ressurgimento”, através das raízes. Mas, sobretudo, juramos que elas são imóveis. Quanto a isso não arredamos pé. Bem, também estamos errados quanto a esse ponto: as plantas não são de forma alguma imóveis.
Estamos convencidos de que, à diferença dos animais, as plantas são incapazes de perceber o ambiente ao redor, como nas queimadas, mas a realidade é que elas são mais sensíveis que os animais, fogem do perigo. Temos certeza de que o mundo delas é silencioso, incomunicável, e no entanto elas são comunicadoras de primeira linha. Algumas são grandes fofoqueiras. Apostamos que elas não mantém nenhum tipo de relação social mas, ao contrário, trata-se de organismos genuinamente sociais. Já viram, certamente, um tronco morto “brotar“ uma nova árvore, saiba que é a vizinha que está lhe dando alimentação para seu “ressurgimento”, através das raízes. Mas, sobretudo, juramos que elas são imóveis. Quanto a isso não arredamos pé. Bem, também estamos errados quanto a esse ponto: as plantas não são de forma alguma imóveis.
São capazes de conquistar terras.
Embora não possam se mover no decorrer de suas vidas, de geração em geração são capazes de conquistar terras mais distantes, áreas mais inacessíveis e regiões menos hospitaleiras com uma obstinação e uma capacidade de adaptação das quais deveríamos sentir inveja. Elas são migrantes. Elas são as verdadeiras “donas” das terras do Mato Grosso do Sul. Se há alguém nativo neste território, são elas. Fiquemos apenas com um diminuto exemplo. Todos tem uma samambaia, todavia, ninguém lhe dá atenção. Elas se movem usando seus esporos. Avançam pelo mundo conquistando novos espaços. Samambaias liberam quantidades astronômicas de esporos que podem ser carregados pelo vento ao longo de milhares de quilômetros, por anos e anos. Os esporos das samambaias são as sementes de uma laranjeira. Elas conquistam mais e mais territórios levadas pelos animais - como formigas, pássaros ou mamíferos -, espalhadas pela água ou pela simples queda de uma árvore. Há muitas outras formas de elas se locomoverem. Elas tem propulsão, ondulam como ninguém, seus frutos são mágicos, espalham sementes uma hora ficando muito secos; outra, hidratando-se muito. A história dessa expansão incontrolável é desconhecida da maioria das pessoas. Como as plantas convencem os animais a transportá-las? É apenas uma interrogação que merece ser compreendida. No entanto, alguns desejam torrá-las, derrubá-las… quanta idiotice!
Embora não possam se mover no decorrer de suas vidas, de geração em geração são capazes de conquistar terras mais distantes, áreas mais inacessíveis e regiões menos hospitaleiras com uma obstinação e uma capacidade de adaptação das quais deveríamos sentir inveja. Elas são migrantes. Elas são as verdadeiras “donas” das terras do Mato Grosso do Sul. Se há alguém nativo neste território, são elas. Fiquemos apenas com um diminuto exemplo. Todos tem uma samambaia, todavia, ninguém lhe dá atenção. Elas se movem usando seus esporos. Avançam pelo mundo conquistando novos espaços. Samambaias liberam quantidades astronômicas de esporos que podem ser carregados pelo vento ao longo de milhares de quilômetros, por anos e anos. Os esporos das samambaias são as sementes de uma laranjeira. Elas conquistam mais e mais territórios levadas pelos animais - como formigas, pássaros ou mamíferos -, espalhadas pela água ou pela simples queda de uma árvore. Há muitas outras formas de elas se locomoverem. Elas tem propulsão, ondulam como ninguém, seus frutos são mágicos, espalham sementes uma hora ficando muito secos; outra, hidratando-se muito. A história dessa expansão incontrolável é desconhecida da maioria das pessoas. Como as plantas convencem os animais a transportá-las? É apenas uma interrogação que merece ser compreendida. No entanto, alguns desejam torrá-las, derrubá-las… quanta idiotice!
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