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Em Pauta

Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 09/05/2025 07:05
Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

Três a cada dez brasileiros continuam sendo analfabetos funcionais. Essa notícia é repetida anos após ano. A consequência é um pais pobre, não apenas no plano econômico, mas, também, intelectualmente. O problema crônico tem inicio com os métodos de alfabetização utilizados pelas escolas: são obsoletos e não tem nenhuma evidência cientifica de que deem resultado.


Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

Desmotivados por desconhecer palavras.

Vários estudos, europeus e norte-americanos, todos iniciados pela Universidade de Nottingham, na Inglaterra, demonstram que se a criança ou adolescente desconhecer entre 2% e 5% das palavras de um texto, a compreensão leitora se vê notavelmente reduzida, e se tende a perder a motivação para continuar lendo.


Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

A crise do quarto ano.

A amplitude do vocabulário das crianças é muito desigual em uma sala de aula. O nível socioeconômico e educativo de seus pais é fundamental. Esse desequilíbrio léxico é um dos fatores que estão por trás do que os cientistas batizaram como “crise do quarto ano” de estudo. É a época que divide aqueles que serão analfabetos funcionais daqueles que se tornarão bons leitores.


Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

O efeito Mateus.

Um estudo mostrou que aos dez anos os leitores mais vorazes leem até quatro milhões de palavras ao ano, enquanto que os menos inclinados à leitura conseguirão tão somente 60.000. Esse é o “efeito Mateus”, aqueles que usam muitas palavras, terão facilidade para aprender outras com facilidade. Já aqueles que usam menos palavras, poderão perder as poucas de que dispõem.


Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

Sete palavras cultas por semana.

Para compensar a desigualdade por razões familiares, a proposta das novas pesquisas, é de que a escola ensine de forma explicita sete palavras cultas novas por semana. Isso daria 350 por ano e 3.500 ao longo da escolaridade obrigatória. É um impacto relevante na compreensão linguística.


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Leitura por pares de níveis diferentes.

A ciência está respaldando outra técnica: a denominada “leitura pareada de níveis diferentes”. Se forma um par de estudantes, um deles mais competente que o outro. Se recomenda que sejam de anos diferentes para não envergonhar o que possui menos conhecimento das palavras. Ambos começam a ler em voz alta simultaneamente, de forma que o mais avançado sirva de apoio ao outro. Quando o que sabe menos deseja continuar sozinho, toca a munheca do parceiro, para que fique em silêncio. E o mais competente só volta à leitura se receber outro toque na munheca caso o companheiro se enrole.


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Textos teatrais e poemas.

Outra técnica efetiva é a leitura repetida, em que as crianças e jovens leem um texto varias vezes até fazê-lo com fluência. Ao final, deverão preencher um formulário simples demonstrando tudo que entenderam do texto. O ideal, nos ensinam os cientistas, é dar-lhes um propósito como falar bem em público, para o qual podem usar textos teatrais ou poemas. A sugestão é também praticar em pares de níveis diferentes.


Combater o analfabetismo funcional com 7 palavras por semana

30 por 3 e leitura coral.

Há, ainda, outra técnica sugerida pela ciência. Oferecer às crianças o texto que mais lhes agradem individualmente. Depois de meia hora de leitura em silêncio, reforçando a ideia de leitura por prazer, lhes é solicitado que preencham um questionário que deverá ser preenchido em três minutos. E ainda há a “leitura coral”. Nela, se elege um texto de 200 ou 300 palavras, o professor adianta a explicação das palavras mais difíceis, e, depois de fazer uma primeira leitura, quando os estudantes fiquem em silencio, se repete com todos lendo em voz alta em uníssono.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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