Helicoverpa – um alien que ataca as lavouras de grãos brasileiras
O Alien dos campos brasileiros – a lagarta Helicoverpa
Lembram-se do filme Alien o 8º Passageiro? Um filme de 1979 que tem como protagonista uma criatura alienígena altamente agressiva que persegue e mata a tripulação de uma nave espacial. O plano era trazer para o nosso planeta esse ser considerado como quase perfeito para atacar e se defender de outros seres vivos. A lagarta helicoverpa em muito se assemelha ao Alien. Uma só fêmea da lagarta pode dar origem entre 400 a 3 mil novas lagartas. Somente uma helicoverpa pode levar à destruição de um milharal de muitos de dezenas de hectares. Se não bastasse sua grande capacidade reprodutiva, ela é migratória. Há registros de distâncias de até 1 mil km percorridos pela lagarta. A grande arma destruidora da helicoverpa é sua polifagia.
Ela come tudo, qualquer vegetal. Alimenta-se de gramas a hortaliças. Ao contrário de outras pragas que se alimentam apenas das folhas, dando a possibilidade de recuperação da planta, essa lagarta vai direto na estrutura reprodutiva vegetal, tem preferencia pelos botões florais, frutos, espigas e inflorescências, causando deformações ou podridão nestas estruturas. Na cultura da soja, as larvas da helicoverpa podem atacar as folhas, mas têm preferência pelas vagens. Este é um sistema de ataque muito peculiar, danoso e quase perfeito.
Se o sistema de ataque é excelente, a defesa dessa lagarta é excepcional
Ela consegue uma diapausa facultativa. Diapausa é um tipo de hibernação. Ou seja, ela resolve hibernar quando bem lhe interessar. Hibernando, não se movimenta, se esconde. Então, ela não fica à mercê dos possíveis predadores. Essa hibernação, normalmente, é feita no solo, mas também pode se realizar dentro da haste da planta, este é um ótimo meio de transporte, ela pega carona com a planta que nós transportamos. Esta capacidade de locomoção ajuda na disseminação da praga.
Barreiras fitosanitárias e defensivos, os famigerados agrotóxicos, são a solução para combater essa lagarta. Em relação aos agrotóxicos, o problema central está no mau uso. Em plantações de larga escala e com problemas na interrupção dos plantios, eles são necessários. A questão é – se você tomar uma aspirina, sua dor de cabeça desaparece. Mas se tomar 50, você terá problemas graves de saúde e poderá morrer. A utilização incorreta e indevida dos agrotóxicos se assemelha, um pouco, ao consumo da aspirina.
O mundo rural e as crianças de MS – oportunidade de reflexão
As crianças que vivem nas fazendas podem trabalhar? Essa é uma indagação que raramente ocorre na mente dos fazendeiros e dos funcionários. A realidade de crianças e jovens de 10 a 17 anos é a de trabalhar no Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 13,9% das pessoas nessa faixa etária estão ocupadas em algum tipo de trabalho. Na zona rural vivem 3.313 crianças de 10 a 13 anos. Com idade entre 14 a 15 anos são outras 3.118 e há, ainda, na idade de 16 a 17 anos, 3.999 jovens. Todas estão trabalhando. Na última faixa, 16-17 anos, somente 759 jovens têm carteira de trabalho assinada. A conclusão é clara, o trabalho infanto-juvenil rural ocorre no Mato Grosso do Sul e é minimamente legalizado. Mas quais são as obrigações que o proprietário rural tem com as crianças que vivem ou trabalham na propriedade?
Da lei à prática a distância tem as dimensões de um abismo
O fazendeiro deve saber que adolescentes que ainda não completaram 16 anos não podem trabalhar, a não ser na condição de aprendizes. Isso só ocorre a partir dos 14 anos. O trabalho da pessoa com idade inferior a 18 anos não pode ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico moral e social e em horários e locais que não permitem a frequência na escola. Às pessoas nessa condição, o fazendeiro deve pagar um salário mínimo federal. Ao adolescente aprendiz é garantido o salário mínimo-hora, uma vez que sua jornada de trabalho será de, no máximo, seis horas diárias, ficando vedada qualquer prorrogação e compensação de jornada. Pode chegar ao limite de oito horas diárias desde que o aprendiz tenha completado o ensino fundamental e, se nesse período, forem computadas horas destinadas à aprendizagem teórica. É o texto da lei. A esforçada fiscalização não conta nem com um número mínimo de funcionários, automóveis, combustível e diárias. A ilegalidade, prejudicial ao menor, especialmente nas carvoarias, se perpetua.
Como se comportam os ricos compradores do Brasil, China, Rússia, Dubai e Angola
A ótica é de especialistas que viajam o mundo estudando o comportamento dos consumidores de luxo. O francês Lionel Ochs, Jean –David Sebaoun da Guerlain, o português Mauricio Queiroz e o carioca Michel Alcoforado. Dizem que o que une os consumidores dos emergentes é a velocidade na aquisição das marcas de luxo. A ausência delas nesses países, seja por questões econômicas ou por questões políticas, provocou uma fome de consumo.
Nem todas as manifestações de consumo podem ser entendidas da mesma forma. A ostentação em Dubai é diferente da brasileira. Em Dubai, as populações locais são minorias em seu próprio país. O luxo desempenha não só o papel de status, mas também o de dar visibilidade. Há um medo inconsciente de desaparecer no deserto ou de ser apagado por outra população. Enquanto no Brasil, a profundidade está escondida na superfície, a aparência também é importante, mas por um motivo diferente, há a necessidade de estar junto para compartilhar experiências. O luxo ajuda as pessoas a criar laços com o grupo e dá ao indivíduo um sentimento de pertencimento.
Concepção de luxo é refletida de forma diferente por cada povo
Na China, pele bronzeada é característica de quem trabalha no campo, os ricos têm uma pele mais clara. Isto faz com que a procura por cosméticos de clareamento ter uma alta procura, cuidados com a pele representam 65% das vendas e perfumes apenas 5%. No Brasil ocorre o oposto. A cultura do banho e do perfumar-se é tão forte que 75% do mercado seletivo são representados por perfumes. E como pele bronzeada é sinônimo de saúde e beleza, as linhas auxiliares para bronzeamento são os best-sellers.
Os chineses andam em grupo para comprar, é preciso criar uma distração para quem não está comprando. Eles não podem ficar impacientes caso contrário irão embora rapidamente. A proposta para os russos é do atendimento em qualquer loja de luxo com vinho ou champanhe.
Angolanos são discretos e brasileiros gostam de ostentar
Os angolanos são mais discretos, querem os itens mais caros, de edição limitada, mas telefonam antes para saber se a loja tem o produto e marcam horário para ser atendidos em uma sala reservada. O brasileiro se ajusta ao ambiente, mas gosta de ter um vendedor a sua disposição que fale “brasileiro” e não português de Portugal. A primeira reação dos brasileiros é de euforia, de estar se dando bem por causa dos preços, quando vão às compras no exterior. Os brasileiros quando alugam carro, fazem questão de deixá-lo no serviço de valet do shopping, mesmo que houvesse a possibilidade de parar de graça no estacionamento e tiram a chave do contato e entregam na mão do manobrista para ele ver a marca do carro. Os consumidores brasileiros de luxo estiveram neste ano mais interessados em itens de couro preciosos, joias high-end, ternos sob medida e perfumes mais exclusivos.
BM&FBOVESPA divulga a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial para 2014
Começa vigorar em 6 de janeiro de 2014, a carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial). O prazo de vigência vai até janeiro de 2015, segundo anúncio feito na semana passada pela BM&FBOVESPA. A nova carteira conta com 51 ações de 40 companhias representantes de 18 setores e que, juntas, somam R$ 1,14 trilhão em valor de mercado. O montante equivale a 47,16% do total do valor das companhias com ações negociadas na BM&FBOVESPA até o fim de novembro de 2013.
Entre as companhias estão: Cielo, Embraer, Fleury e Klabin, trazendo para o ISE três novos setores: Serviços Financeiros Diversos; Material de Transporte; e Serviços Médicos, Hospitalares, Análises e Diagnósticos. Integram a nova carteira também; BRF, Itausa, OI, Telefonica, Banco do Brasil, Fibria, Santander, Bradesco, Vale, Natura, Duratex, entre outras.
O ISE foi criado em dezembro de 2005 pela Bolsa e tem como objetivo avaliar os diferentes aspectos da sustentabilidade empresarial por meio de método criado e supervisionado pelo Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. É finalidade do índice induzir as empresas a boas práticas no meio empresarial brasileiro e ser uma referência para o investimento socialmente responsável. É claro que o método não é simplista assim, mas o importante é conhecer e saber que estimula as empresas à reflexão social. Por este motivo integram o conselho do ISE, além da própria Bolsa, entidades como o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, o Ministério do Meio Ambiente e o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).