O Fecha Nunca e o papel do enérgico Paiva Meira em Campo Grande
O início do século passado foi a época mais difícil por que passou Campo Grande. Sem comunicação com as poucas cidades existentes e sem escola para suas crianças, arrastou-se em monotonia e criminalidade. As pessoas de bem e os tímidos mudaram-se para as fazendas. Temiam os constantes tiroteios.
Baco-Lerê, o modelo mineiro do caos.
Baco-Lerê era o nome de um bairro de Uberaba onde se reuniam os valentões, trocando brindes e facadas nos bares ali existentes. Era o local onde o boiadeiro ia buscar tropeiros para a difícil viagem para o Mato Grosso do Sul. Um sírio conhecedor daquela zona, aqui chegando, construiu na rua 7 de Setembro um outro em tudo semelhante àquele. Pomposamente, escreveu na tabuleta: “Fecha Nunca”. Tornou-se a referência das bebedeiras e valentias. De noite partiam os tiros e de dia os enterros.
Ufa! Chegou o Paiva Meira.
Esse estado caótico persistiu até a chegada do coronel Paiva Meira. Veio trasladar a Circunscrição Militar. Era um homem enérgico. Pôs em prática medidas drásticas, acabando de vez com o banditismo, para real satisfação do povo. Campo Grande deixou de ser uma cidade sem lei. Foi um momento definidor do estado de paz em que vivemos, com raras exceções. Pacificada a cidade, despertou confiança e correu mundo a notícia de suas possibilidades, atraindo forasteiros de toda parte, trazendo novos capitais.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.