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Em Pauta

O panetone e a relação com os milagres italiano e brasileiro

Por Mário Sérgio Lorenzetto (*) | 27/12/2024 07:52
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Confesse, quantos panetones comeu neste mês? A febre “panetoneira” não cessa no Brasil. A cada ano aparecem mais e mais novas marcas de panetone. Também no mundo. Criaram, inclusive, uma “Copa do Mundo do Panetone”, o vencedor foi um padeiro mexicano que vive em Barcelona.


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1.340, uma origem possível.

É verdade que na Milão do século XIV comiam algo especial no Natal? Sim, era costume comer um pão branco, de trigo, muito grande. Em um dos dialetos milaneses, esse pão grandão era chamado “panatton”- provavelmente referindo-se a uma massa especial que usavam para a fermentação. As semelhanças com o panetone atual eram: pão de trigo, fermentado, muito grande. Não levava açúcar, nem manteiga, nem ovos e muito menos passas ou frutas. O que tinha de especial era o trigo, um luxo! Não estava à disposição do povo, era exclusividade dos comerciantes e artesãos bem sucedidos, a futura pequena burguesia. Dizer que o panetone surgiu no XIV é algo atrevido, mas é o que de mais distante a historia pode contar.


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1.840, estamos chegando lá.

No século XIX, já temos um “protopanetone”. É um grande pão de trigo, com açúcar, incorporaram a manteiga, ovos e passas. Não tem muita levedura, é muito denso e tem a forma achatada. Continua sendo um produto típico e exclusivo da região de Milão , talvez só conhecido dos melhores padeiros. É da mesma época dois concorrentes: o “pandolce” de Gênova, precursor dos atuais pães doces de padaria, e o “pangiallo”, de Roma.


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1.930, chega o panetone moderno.

O panetone tal como conhecemos é uma criação de Angelo Motta. Esse padeiro decidiu, em 1.923, modificar a receita do panetone adicionando mais manteiga, mais açúcar e aumentando o tempo de fermentação. Virou um “bolo”. A massa é mais branda, e para que fique em pé , esse padeiro adicionou as tiras de papel que sustentam esse grande doce natalino. Em 1.930, Angelo Motta cria a primeira fabrica de panetone.

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1.950, a “dolce vita” e o milagre italiano.

O boom do panetone chega nos anos 1.950, seguindo o boom da economia e de todos os âmbitos italianos. É época do milagre italiano. Um parênteses: o milagre brasileiro, da época da ditadura, nada mais é que uma tentativa de copiar o italiano. No Brasil, nada se cria, tudo se copia. Pois bem, o panetone se torna um símbolo da Itália, símbolo de bem estar. É quando se converte em tradição presentear panetone nas festas natalinas, junto com uma garrafa de espumante. A grande produção deixa Milão, a cidade que se converteu em capital da moda feminina, e vai para a região de Verona, a terra do amor proibido, de Romeu e Julieta. É um panetone mais suavizado e nascem os panetones sem frutas e com chocolate ou outros cremes. Nessa região, até hoje, o panetone é um símbolo de amor.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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