O preço da ausência de comando
No dia 21 de novembro de 1.952, aos 41 anos, o médico Ari Coelho, prefeito de Campo Grande, foi assassinado em Cuiabá. Levou um tiro no rosto e faleceu uma semana depois. Seu assassino, Acir Pereira, junto com um irmão, estavam sendo acusados de grilagem de terras no vizinho MT pelo prefeito da atual capital do MS. Foi o pior momento da história dos prefeitos de Campo Grande. Um avião trouxe seu corpo. Do aeroporto até a avenida Calógeras uma imensa multidão chorava a morte do prefeito. A cidade parou.
Uma sucessão de prefeitos respeitáveis.
À partir de então, a cidade escolheu uma sucessão de prefeitos altamente respeitáveis, alguns muito competentes, outros, nem tanto. Muito se escreveu sobre os motivos da rápida ascensão de Campo Grande, sempre colocando a chegada da estrada de ferro e a escolha da cidade para capital do Estado, é um olhar vesgo. Seus prefeitos impulsionaram a cidade muito mais nesses dois fatores. Wilson Fadul, Wilson Martins, Lúdio Coelho, Plinio Martins, Mendes Canale e André Puccinelli forjaram uma cidade dinâmica e rica.
O único critério é tapar buraco?
Como um carro de Fórmula 1 submetido a uma freada brusca, Campo Grande estancou. Há mais de uma década, a cidade parece paralisada no tempo. Não por falta de potencial, mas por ausência de gestão, planejamento e visão de futuro.
A economia local resiste quase exclusivamente pelo esforço de seus cidadãos. Empreendedores insistem, trabalhadores seguram a cidade nas costas, enquanto o poder público atua como obstáculo — quando não como entrave direto — a qualquer iniciativa de desenvolvimento. A prefeitura tornou-se exímia em dificultar, não em fomentar.
Não há planejamento consistente, nem mesmo razoável, para o futuro da cidade
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