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Em Pauta

O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/05/2015 08:00
O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco

Uma viagem pelo mundo das falsificações.

O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco. Estimam que somente nos países mais ricos, as falsificações foram responsáveis pelo desaparecimento de 2,5 milhões de postos de trabalho. Também estimam que esse mercado movimente algo como R$ 5 trilhões. Mas algo cresce nesse mundo da ilegalidade - a relação entre produtos falsificados e o terrorismo. A notícia só apareceu agora: os terroristas que colocaram uma bomba nas Torres Gêmeas se financiaram com a venda de roupas em uma loja da Broadway. Três anos mais tarde, as autoridades confiscaram 100.000 artigos que seriam vendidos nos Jogos Olímpicos e descobriram que por trás estava a organização terrorista comandada pelo cego Sheik Omar Abdel Rahman, condenado a 240 anos por terrorismo. Em 2004, a Interpol interceptou milhares de pastilhas de freios falsificadas na Alemanha, no valor de mais de 1 milhão de euros e os lucros iriam para a rede Hezbollah. A lista é longa. Encontraram as conexões entre a venda de perfumes falsificados e a Al Qaeda. E os terroristas que explodiram a estação de Atocha em Madri, em 11 de março de 2004, foram em parte financiados pela venda de CDs piratas.

Se é possível mensurar, tem a pior das falsificações: a de medicamentos. O produto mais falsificado do mundo é o Viagra. Basta ir ao Paraguai ou à internet para encontrar essas "versões", sem garantia de sucesso e nem de qualidade, podendo levar a complicações impensáveis. A lista de medicamentos falsificados é aterradora - são mais de 800 falsificações. A Organização Mundial da Saúde - OMS diz que em torno de 10% dos medicamentos que tomamos são falsificados. Foram encontradas vacinas contra a meningite que consistiam em água de torneira e pílulas anticoncepcionais que eram apenas farinha de trigo. Essas falsificações muitas vezes infectam os sistemas de saúde até de países ricos. A Interpol afirma em seu último relatório que mais de 900.000 doses de remédios são falsificadas contendo no máximo 60% do princípio ativo. E vale para tudo. Para tratamento de psicoses, câncer de próstata, problemas cardíacos.

Durante a operação Pangea, em curso desde 2008, a polícia de 10 países confiscou mais de 18 milhões de medicamentos falsos e fechou inacreditáveis 45.000 páginas na internet usadas para a venda deles. As polícias internacionais acreditam que as pessoas compram de tudo que é falso. Em torno de 99% das pessoas que adquirem uma mercadoria falsa sabem dessa condição. Denominam de "falsificações monstro" quando elas são de remédios. Ninguém compraria um medicamento sabendo que ele é falsificado.

O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco
O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco

"Afrofobia", a xenofobia contra africanos aumenta na África do Sul.

De repente, os conflitos sociais mandaram pelos ares o sonho do "país do arco-íris" que pairou no imaginário internacional em relação ao legado de Nelson Mandela. Havia uma utopia de convivência pacífica entre todas as cores de pele, entre todos os estratos sociais e entre todos os credos religiosos no país mais rico do continente africano. Havia. Não existe mais. A violência começou na cidade sul-africana de Durban e foi aumentando de intensidade até chegar à capital Johannesburgo. Sete pessoas foram mortas e pelo menos 5.000 estão sem casa onde morar. O velho chavão se repete: os estrangeiros roubam os postos de trabalho e aumentam a delinquência. Parece especialmente paradoxal que o país que ungiu a convivência pacífica entre humanos esteja a praticar a xenofobia, a intolerância. E nada tem a ver com a cor da pele. Na quase totalidade dos casos é africano negro contra africano negro. As vítimas do ataque foram fundamentalmente cidadão procedentes de Moçambique, Zimbábue, Malavi e Etiópia. Esse surto de violência não é inédito. Começou em 2008 com ataques ainda mais furibundos que os de 2015. Naquele ano a estabilidade do continente africano correu sérios riscos de deteriorar-se pois os demais países aplicaram sanções contra a África do Sul e ainda muitos imigrantes foram repatriados.

O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco
O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco

A venda de espermatozoides padrão "premium".

Você é branco? Estuda em uma das universidades da Ivy League (Harvard, Columbia, Yale ou Princeton)? Tem mais de 1,80 m de altura? Então, saiba que seus espermatozoides podem ser vendidos por alguns milhares de dólares. É claro que há mercado para quem tiver pele negra, como também para asiáticos ou latinos. Os negócios com a venda de espermatozoide estão em ascensão nos Estados Unidos. O conceito desse mercado é uma mistura de darwinismo com as leis do livre mercado. Partem do pressuposto de que "por que fazer bebês, que eles entendem como "piores", se você pode pagar e ter os genes de um estudante das melhores escolas do mundo?". Mas saiba que se você for baixinho estará fora desse mercado. Assim como se tiver origem judaica suas chances serão de apenas 1% de entrar no mercado do esperma.

O senso comum acredita que estudar em uma dessas quatro universidades é um atestado de inteligência. É como uma etiqueta Prada em uma roupa, ela até pode ser feia, mas há algo ali que a legitima. E, no caso da fertilização, a legitimação ocorre tanto no aspecto físico quanto no intelectual.
Enquanto isso, o preço dos espermatozoides "premium" passa por uma inflação. O laboratório One Special Donor comunicou que pagaria US$ 10 mil por uma única amostra. Mas as regras deles são bem severas. Quando apareceu seu primeiro fio de cabelo grisalho? Quantas vezes faltou à escola porque estava doente? São algumas das questões que terão de ser respondidas no processo de seleção do candidato a vender seu esperma.

O prejuízo que as falsificações causam à economia mundial é gigantesco
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Dormiu no desfile e foi executado.

A Coréia do Norte tem regras para seus funcionários de alto escalão que não são verificadas em qualquer outro país. No final de abril, o ministro da Defesa, Hyon Yong-Chol, dormiu durante um desfile militar. A cochilada lhe custou a vida, literalmente. Foi julgado por ser "desrespeitoso" e condenado à morte. Diante de centenas de pessoas, foi morto por um pelotão de fuzilamento que usou um canhão para cumprir a ordem. Tudo muito exagerado. A dúvida sobre a veracidade da notícia está em sua origem - o Serviço Sul Coreano de Inteligência que acompanha milimetricamente tudo que acontece no seu vizinho-inimigo. Imaginem as mesmas regras funcionando no Brasil.

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