Sorria, a indústria dos tarjas pretas está te monitorando
Se tem um local que brasileiro frequenta é a farmácia. Existem mais estabelecimentos no país para comprar remédio do que para comprar pão: são 78 mil drogarias, contra 63 mil padarias. O Brasil é o sexto país que mais consome medicamentos no mundo, atrás de EUA, Japão, China, Alemanha e França. Logo, ultrapassaremos os franceses e alemães.
Tarja preta cresce a galope.
O uso de remédios que alteram a química cerebral cresce vertiginosamente em nosso país. O Rivotril vem sendo o medicamento mais prescrito no Brasil. As vendas de calmantes e antidepressivos vem subindo em torno de 40% ao ano. A Ritalina é uma “loucura“, teve ano em que suas vendas cresceram inacreditáveis 775%.
Eles estão te monitorando.
E, sorria, porque você está sendo monitorado. Sim, eles sabem que você comprou comprimidos na farmácia da esquina. Eles sabem a marca do remédio, o problema de saúde que você tem, o nome do médico que deu a receita, onde você mora, qual a sua idade e o seu CPF. “Eles”, a que me refiro, são a industria farmacêutica, especialmente a dos tarjas pretas.
Para que serve a receita de tarja preta.
O governo diz que a receita de tarja preta é para não permitir o abuso. Todos sabem que tarja preta é sinônimo de dependência, de vicio. Mas não é tão simples assim. Existe um sistema informatizado que integra os dados de vendas de parte das farmácias com empresas especializadas em auditar o mercado de remédios, em um trabalho cuja documentação pode envolver a microfilmagem de notas fiscais e receitas. Os dados são consolidados e geram relatórios periódicos com ranking mensais por indústria, unidades de cada medicamento vendida, valores….
As doenças mais lucrativas.
Essas empresas também fazem pesquisas com médicos para ter acesso ao registro diário de informações no consultório com o histórico da prescrição de medicamentos, os diagnósticos e as características do paciente. A industria recebe esses relatórios e pode ver as enfermidades mais diagnosticadas, os remédios mais receitados, sintomas tratados, sexo e média de idade dos pacientes, bairros campeões em vendas, doutores que mais receitam tal droga, medicamentos prescritos na mesma receita. Enfim, eles sabem quais são as doenças mais lucrativas.
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