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Direto das Ruas

Bugio morre em telhado e vira caso de polícia contra poder público

Proprietária da casa diz que nenhum órgão público se compromete a retirar o animal silvestre

Por Kamila Alcântara | 13/11/2024 15:58

Sem saber mais para quem recorrer, a pesquisadora Dolores Coutinho registrou um boletim de ocorrência por prevaricação de vários órgãos públicos de Campo Grande, nesta quarta-feira (13). Tudo começou quando um bugio morreu no forro da sua casa, no Residencial Maria Aparecida Pedrossian, há pelo menos uma semana, e ela não conseguiu ajuda para retirada do animal.

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A pesquisadora Dolores Coutinho registrou um boletim de ocorrência por prevaricação contra diversos órgãos públicos de Campo Grande após a morte de um bugio no forro de sua casa. Apesar do forte odor e do risco de contaminação, nenhum órgão, incluindo a Solurb, CCZ, Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros, assumiu a responsabilidade pela remoção do animal. A pesquisadora alega que a falta de ação dos órgãos públicos coloca em risco a saúde da população e do meio ambiente, e que o caso evidencia a ineficiência e a falta de comunicação entre os setores públicos.

Pelo Direto das Ruas, alguns vizinhos relataram que o forte odor da decomposição do animal infestou o bairro, a ponto de uma vizinha idosa precisar sair da própria residência. A última pessoa que avistou o bugio vivo fez uma foto dele, no último dia 7, ao lado da casa de Dolores.

"A senhora que trata dos gatinhos, da residência ao lado, me comunicou do mau cheiro e viu moscas saindo do telhado. Depois de acionar vários órgãos por mais de 24h, consegui um 'faz tudo' para subir lá, que constatou a existência de um animal preto, grande, em decomposição, fez uma imagem e se retirou", compartilhou a pesquisadora.

Ela não deixou o terceirizado fazer a remoção por medo dele ser contaminado por algum tipo de zoonoses. A Solurb foi acionada, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e até a Ouvidoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), mas nenhuma das pessoas que conversaram com Dolores apontaram uma solução. Tudo está registrado.

"O mais revoltante é o jogo de empurra e o fato de, a cada hora, aumentar o risco desse animal transmitir doenças ou desencadear risco para pessoas e animais domésticos. Sempre há animais silvestres no bairro. No caso específico, sempre pequenos macacos procuram alimento nas casas", relata.

Orientada por um advogado, ela foi até a Depac-Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Integrado de Polícia Especializada) registrar um boletim de ocorrência por prevaricação, que é quando um funcionário ou servidor deixa de cumprir alguma obrigação.

A reportagem questionou a Solurb e a PMA sobre o caso, que afirmaram não serem responsáveis pela retirada. "Só fazemos captura e resgate de animal silvestre vivo; quando é caso de animal atropelado em via pública e vem a óbito quem faz o recolhimento é a Solurb".

Em nota enviada ao Campo Grande News, a Secretaria Municipal de Saúde disse que o CCZ realiza o recolhimento de animais mortos para coleta de exames em até 24 horas após o óbito.

"Após esse período, a SESAU orienta a população a realizar o descarte adequado dos animais junto à concessionária responsável pela gestão de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos do Município de Campo Grande. A SESAU reforça que, nesses casos, não há risco de transmissão de zoonoses para humanos".

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