Caçamba bloqueia curso da enxurrada e força da água estoura muros
Caso aconteceu no Conjunto Residencial Octávio Pécora, região norte de Campo Grande
A caçamba de uma obra na Rua Jaburu, no Conjunto Octávio Pécora, brecou o fluxo da enxurrada durante o temporal que atingia Campo Grande na tarde desta quinta-feira (13). Essa situação fez com que a água invadisse a casa que estava em obras e a força da água estourou os muros, atingindo três casas vizinhas.
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Durante temporal em Campo Grande, uma caçamba de obra na Rua Jaburu bloqueou o fluxo da enxurrada, causando o rompimento de muros e inundação em quatro residências no Conjunto Octávio Pécora. O incidente ocorreu na tarde de quinta-feira, quando a cidade registrou 111,2 milímetros de chuva em 24 horas. Moradores acionaram a Defesa Civil, que atribuiu a responsabilidade ao proprietário do imóvel em obras. Entre os prejuízos relatados estão móveis danificados e estruturas comprometidas. Os afetados consideram recorrer à Justiça caso não haja acordo sobre o ressarcimento dos danos.
Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem através das redes sociais. Também é possível entrar em contato pelo canal Direto das Ruas.
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Em entrevista ao Campo Grande News, os vizinhos detalharam que acionaram a Defesa Civil, que disse que a responsabilidade seria do proprietário da casa em obras. A professora Malilustre Glaucia, de 48 anos, contou que, há alguns anos, as casas foram alagadas, mas o então morador havia feito uma proteção no muro.
"Ele tinha reforçado o muro para que isso não acontecesse mais. Agora aconteceu na minha casa: perdi praticamente tudo, geladeira, sofá, cama. Além da sujeira que ficou, vou ter que arcar com tudo sozinha e o mais rápido possível, porque, sem o muro, fiquei vulnerável", detalhou ela.
A moradora detalha que parte do problema seria de responsabilidade do proprietário do imóvel que está em obras. “O dono da casa comprou o imóvel recentemente e foi contatado, mas desconhecia a realidade da rua. Como a residência está em obras, ele obstruiu a frente da casa, fazendo com que a passagem da água ocorresse pelo portão e atingisse o muro”, explicou. Ela ainda relata que, caso o vizinho não auxilie nos custos, precisará entrar com processo judicial.
A aposentada Terezinha de Almeida, de 71 anos, também foi uma das atingidas pela enxurrada. "Da outra vez teve rachadura, e a casa ficou com água até quase o telhado. É preciso que haja um escoamento melhor da água aqui. Da outra vez que teve isso, mexeram, mas não resolveram o problema", explicou.
O aposentado Sílvio Cubeu Machado, de 61 anos, contou que a casa alugada ao inquilino atingido pela enxurrada já havia sido tomada pela água há dez anos, mas que, após reformar toda a estrutura e instalar proteção no portão da garagem, o problema nunca mais tinha se repetido. Segundo ele, o novo vizinho abriu uma passagem nos fundos do terreno durante uma obra, o que teria facilitado a força da água, derrubando o muro e provocando o estrago que fez o morador perder quase todos os pertences.
"Está acontecendo uma obra mais pra cima, de um condomínio. Ali era uma mata fechada que desmataram. Os alagamentos começaram desde então. Agora a água vem da Avenida Coronel Antonino e vem com força para cá. Não tem anda que protege", detalhou.
Outro morador que sofreu com a água foi Rogério Moreira, de 57 anos. Morador há cinco anos no Conjunto Octávio Pécora, ele explicou que sempre há alagamentos. "Hoje entrou água e barro, estourou tudo e a gente acaba perdendo tudo: geladeira, roupas", contou ele. No momento em que o problema aconteceu, apenas a esposa de Rogério estava em casa.
"A água chegou à cintura dela. Eu estava trabalhando e vim correndo para cá. O vizinho disse que voltará para ajudar; comprometeu-se e afirmou que não tem dinheiro, mas que ajudará a retirar isto aqui", finalizou ele.
Segundo dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), entre 15h30 de quarta-feira (12) e 15h30 desta quinta-feira (13), Campo Grande registrou 111,2 milímetros de chuva em 24 horas, o equivalente a 72,2% da média climatológica de novembro, estimada em 154 mm.
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