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Direto das Ruas

“Cheiro de carniça”: Criação de galinhas aterroriza vizinhança há uma década

O cheiro forte, segundo moradores, também é causado devido aos restos de comida no quintal

Por Jéssica Fernandes e Clara Farias | 27/12/2024 16:33
Galinhas criadas dentro de terreno no Bairro Nossa Senhora das Graças. (Foto: Paulo Francis)
Galinhas criadas dentro de terreno no Bairro Nossa Senhora das Graças. (Foto: Paulo Francis)

A criação de galinhas no terreno de uma casa em Campo Grande é um incômodo que se arrasta há pelo menos 13 anos para a vizinhança. No Bairro Nossa Senhora das Graças, moradores relataram, nesta sexta-feira (27), que os proprietários da residência recolhem restos de comida e lixo para alimentar as aves.

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Moradores do Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, reclamam de criação de galinhas em terreno vizinho há 13 anos. A situação se agravou com os proprietários utilizando restos de comida e lixo para alimentar as aves, causando odor insuportável devido à combinação de lixo e fezes. Apesar de tentativas de diálogo, a situação persiste, violando lei municipal de 2009 que proíbe criação de galinhas em área urbana. Órgãos municipais se responsabilizam parcialmente pela situação, alegando impossibilidade de ação em propriedade privada sem autorização.

A criação das galinhas, combinada com o lixo no quintal, causam um odor insuportável, segundo o motorista de aplicativo, de 46 anos, que fez a denúncia pelo Direto das Ruas. “Quando bate o sol, o cheiro fica pior, cheiro de carniça”, relata.

A reportagem esteve nesta tarde na Rua Travessa Dicas, onde viu que, no quintal, são criadas mais de dez galinhas. Em entrevista, o motorista de aplicativo relatou que mora há 13 anos no bairro e que o casal de idosos se mudou na mesma época.

Desde o começo, segundo ele, eles criavam as galinhas no quintal. A situação piorou ao decorrer dos anos, quando os donos dessas aves passaram a recolher alimentos do lixo da rua. Esse morador diz que esses restos de verduras e outros itens são pegos de diferentes pontos do bairro, como um supermercado da região.

Terreno onde aves estão exalam odor "podre", segundo vizinhos. (Foto: Paulo Francis)
Terreno onde aves estão exalam odor "podre", segundo vizinhos. (Foto: Paulo Francis)

Os restos de comida e a ração das aves são dispersados no quintal do casal, porém o cheiro se espalha pela rua. “É uma catinga, cheiro de coisa morta”, resume o morador.

Outra vizinha, de 67 anos, que pediu para não ser identificada, também reclamou do cheiro que sai do lugar. A situação, de acordo com a aposentada, piorou nesta semana após o casal levar uma “cama de frango” para o terreno.

Esse material forra o chão das galinhas, segundo a aposentada, e virou uma mistura de ração e fezes. “Está podre, está muito fedorento. Ninguém aguenta comer aqui, é o dia inteiro fedendo, não dá para ficar sentada fora de casa”, pontua.

Ambos os moradores afirmam que já tentaram dialogar com os vizinhos, porém nada é feito. “Não dá para conversar com eles”, enfatiza a aposentada.

Lei - Desde 2009, a criação de galinhas é proibida em área urbana e permitida somente em propriedades rurais que tenham instalações adequadas para receber esses animais.

A lei é para prevenir e controlar as zoonoses, que são doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas. As galinhas podem transmitir diversas doenças. A proibição está prevista na Lei Complementar nº 148, de 2009.

 A reportagem procurou a Semadur e posteriormente a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que informou que a situação deve ser tratada com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).

Essa última respondeu que é responsável pela limpeza, porém não tem jurisdição para entrar em área particular sem autorização. Segundo a secretaria, a limpeza precisa ser solicitada pela Semadur ou Sesau.

"Sisep faz a limpeza, mas quando acionada pela Sesau ou Semadur, pois não pode entrar em propriedade particular sem autorização. Quando se trata de risco à saúde pública, a Sesau aciona a Sisep para que seja feita a limpeza", diz a nota.

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