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Direto das Ruas

Mesmo sem cerol, linha de pipa provoca acidente e deixa professora "de molho"

Ela quer chamar atenção para o caso e ainda pede que pais de criança que soltava brinquedo se responsabilizem

Lucia Morel | 24/07/2022 17:44
Cirlene sendo atendida no posto de saúde do bairro Nova Bahia. (Foto: Direto das Ruas)
Cirlene sendo atendida no posto de saúde do bairro Nova Bahia. (Foto: Direto das Ruas)

Mais uma vítima das linhas de pipa, a professora auxiliar Cirlene Marta Angélica de Almeida, 42 anos, está indignada e faz alerta: “as pessoas precisam prestar mais atenção”. Quando voltava do serviço na tarde de sexta-feira, em um patinete elétrico, ela “deu de cara” com a linha da pipa e além de se cortar, também acabou caindo e batendo o rosto.

“Eu vinha vindo e de longe vi os meninos soltando pipa, mas não dava pra ver e achei que a linha estava mais alta”, relatou. O acidente aconteceu na avenida Zulmira Borba, no bairro Nova Lima e segundo Cirlene, um dos meninos que brincava se desesperou ao vê-la e tentou ajudar, mas com a reclamação dos demais moradores, acabou fugindo.

A professora diz não andar de capacete porque acredita não fazer diferença e estava a uns 30 Km/h quando passou pelo trecho onde os garotos empinavam a pipa. Além de se ferir, ela ainda quebrou o óculos, o tablet que usa para trabalhar, o patinete e ainda perdeu um curso que faria no sábado pela manhã.

“Quero pelo menos que os pais do menino me ajudem, ressarcindo os custos”, comentou.

Rosto de Cirlene após o acidente, na sexta-feira. (Foto: Direto das Ruas)
Rosto de Cirlene após o acidente, na sexta-feira. (Foto: Direto das Ruas)

Para ela, o garoto “tem muita vida pela frente” e por isso, não quer que ele “pague”, mas pede que os pais ponham a mão na consciência e o próprio garoto também entenda que está errado o que ocorreu. “Muitas vezes os pais nem sabem o que aconteceu, mas é preciso alertar”.

Cirlene, ao sentir a linha tocando em seu rosto, tentou tirá-la com a mão, jogando a linha para frente, mas acabou cortando a pálpebra esquerda. Ela ainda se desequilibrou e caiu, machucando todo rosto. “Chegou monte de gente pra socorrer e começaram a brigar com o menino, que saiu correndo”, disse.

Ela lembra que também na semana passada, motoqueiro foi atingido por linha e cortou o pescoço na mesma avenida. Ela acredita que a linha que a atingiu não tinha cerol, mas seria do tipo chilena. “Era bem grossa”, revela.

A auxiliar comenta ainda que todos os finais de semana tem campeonato de pipa no bairro, próximo ao frigorífico independência e não há qualquer segurança no local.

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