ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
NOVEMBRO, QUINTA  06    CAMPO GRANDE 26º

Direto das Ruas

Moradores relatam ataques recorrentes de cachorros em bairro nobre

Trio de cães circula à noite e estraçalha gatos, causando medo na vizinhança

Por Raíssa Rojas | 06/11/2025 18:06
Moradores relatam ataques recorrentes de cachorros em bairro nobre
Gato estraçalhado encontrado semana retrasada por uma moradora do Jardim Monte Libano (Foto: Arquivo pessoal)

Há pelo menos quatro anos, moradores do Monte Líbano, em Campo Grande, dizem que convivem com ataques de três cachorros soltos que matam gatos e assustam quem passa pelas ruas à noite. Segundo os relatos, o tutor dos animais sabe dos ataques e continua liberando os cães, principalmente no período noturno. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Moradores do bairro Monte Líbano, em Campo Grande, enfrentam há quatro anos ataques recorrentes de três cachorros que matam gatos e ameaçam transeuntes durante a noite. O tutor dos animais, ciente da situação, continua permitindo que os cães circulem livremente pelo bairro. Diversos residentes já registraram queixas e presenciaram ataques, incluindo uma protetora de animais que perdeu uma gata devido aos cães. A Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) informa que o caso configura crime de omissão de cautela, previsto na Lei Federal nº 9.605/1998.

Uma moradora da Rua Antônio Correia, 59 anos, que pediu anonimato por medo de represálias, conta que o problema já virou parte triste da rotina. “Ontem à noite eu vi os três cachorros correndo por aqui. Ele sempre faz isso: fica um tempo sem soltar, depois volta. Agora está soltando só à noite”, lamenta.

Ela é protetora independente, cuida de cerca de 40 gatos e conta que precisou reforçar a segurança da casa. “Minha casa é antiga; a grade é baixa; não tive condições de aumentá-la. Já perdi uma gata há quatro anos. Vimos nas câmeras de um estabelecimento próximo que eram esses mesmos cachorros”, lembra.

Mesmo com o histórico antigo, os ataques não cessaram. “Semana retrasada, uma mulher chamou dizendo que havia uma gata morta na grama. Era uma gata preta, já dura, inchada e com machucados. Chamei a Solurb, e eles recolheram”, relata.

Ela teme que o problema chegue a um ponto trágico. “Se esse cachorro tivesse mordido uma criança, o tutor já estaria preso. É um risco para todos. Quantas pessoas já choraram desesperadas pelos gatos? No ano passado fiz uma denúncia à Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista). Disseram que era omissão de cautela e que eu devia fazer um boletim de ocorrência, mas eu acabei não indo”, desabafa.

Na Rua Senador Ponce, o cenário é o mesmo. Um morador, de 54 anos, confirma que já presenciou ataques. “Vi os três cachorros estraçalhando um gato no ano passado. Eles ficam presos muito tempo e, quando soltam, ficam doidos. São três ao todo, um de porte médio e dois grandes”, conta.

Segundo ele, os vizinhos já tentaram conversar com o tutor. “A gente já foi atrás desse cara pra ele parar de soltar, mas ele só fica um tempo sem fazer e depois volta. Ultimamente está acontecendo direto”, relata.

Moradores afirmam que os animais são facilmente reconhecidos. “Se você perguntar em qualquer casa aqui quem é o cachorro caramelo, todo mundo sabe. Eles pegam até gatos que têm dono. Isso não tem dia nem hora”, resume a protetora.

Outro morador da Rua Senador Ponce, de 51 anos, reclamou da mesma situação. Ele alimenta alguns gatos de rua e já presenciou alguns ataques. “São uns três vira-latas soltos na rua. Já morderam moradores, atacaram os gatos e até a polícia já foi avisada. Ele andou parando, mas agora os ataques voltaram”, diz.

Casos como o relatado no Monte Líbano configuram crime de omissão de cautela previsto na Lei Federal nº 9.605/1998, que trata dos crimes ambientais. A Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) orienta que, diante de situações assim, o morador registre boletim de ocorrência para que o tutor responda formalmente.

A Solurb é responsável pelo recolhimento de animais mortos em vias públicas e atende pelo telefone 0800-647-2600. Já as denúncias de maus-tratos ou abandono podem ser feitas à PMA (Polícia Militar Ambiental) pelo 190.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.