Loja de brinquedos rifava canetas emagrecedoras e Conselho alerta para crime
Dona do local afirma que apenas relatou o uso do medicamento e que comercializa somente brinquedos

O uso de canetas emagrecedoras saiu do controle. Além de não faltar fornecedor de medicamentos trazidos do Paraguai, agora tem até sorteio. Uma loja de brinquedos do Bairro Moreninhas, em Campo Grande, está oferecendo rifa de um medicamento emagrecedor à base de tirzepatida. A denúncia foi feita ao Direto das Ruas, e o CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul) alerta que tanto a comercialização quanto a rifa configuram crime e podem ser denunciadas à PF (Polícia Federal).
RESUMO
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Uma loja de brinquedos em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, foi denunciada por ofertar e rifar medicamento emagrecedor à base de Tirzepatida. O Conselho Regional de Farmácia do estado alerta que a prática configura crime, podendo resultar em pena de um a três anos de reclusão. A proprietária do estabelecimento alegou desconhecer a ilegalidade da ação. O CRF-MS ressalta que a comercialização de substâncias sem registro na Anvisa é considerada crime de contrabando e contra a saúde pública, orientando que denúncias sejam feitas à Polícia Federal.
A reportagem entrou em contato com a dona do estabelecimento, que afirmou não saber que a prática é ilegal. Segundo ela, a loja trabalha apenas com brinquedos e carregadores, e o compartilhamento da informação sobre o produto teria sido “apenas divulgação de uso”.
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No entanto, imagens publicadas nas redes sociais da loja mostram o anúncio da venda e da rifa do medicamento. De acordo com o CRF-MS, a comercialização de substâncias sem registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é considerada crime de contrabando e crime contra a saúde pública, conforme o artigo 273 do Código Penal, com pena de reclusão de um a três anos e multa.
“A importação, venda, entrega ou distribuição de medicamentos sem registro no órgão sanitário competente é considerada crime”, reforça o Conselho.
O CRF-MS orienta que denúncias sobre venda irregular de medicamentos ou situações semelhantes podem ser feitas à ouvidoria do órgão pelo telefone (67) 3325-8090. A entidade avalia as ocorrências e as encaminha aos órgãos competentes.
No caso específico da venda e da rifa da tirzepatida, o Conselho recomenda que a denúncia seja feita diretamente à Polícia Federal.
Sobre outra pratica preocupante, o contrabando de medicamentos do Paraguai, a Anvisa adverte que esses remédios não passaram por testes clínicos rigorosos para comprovar sua segurança, eficácia e qualidade.
Sem esse processo, não há como saber se ele realmente funciona ou se os efeitos são seguros. Medicamentos não autorizados podem conter substâncias tóxicas, dosagens incorretas ou misturas perigosas, o que representa risco de intoxicação, reações alérgicas e danos a órgãos como fígado e rins.
Além disso, sem registro, o produto pode ser fabricado em condições precárias, sem controle de higiene, temperatura ou pureza, aumentando a chance de contaminação por fungos, metais pesados ou bactérias. Outro perigo é o risco de interação medicamentosa, já que, sem conhecer a fórmula, o uso combinado com outros remédios pode causar reações perigosas, anulando efeitos terapêuticos ou potencializando efeitos adversos.
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