Sem ventiladores e água gelada, alunos sofrem com onda de calor

Em meio a onda de calor, estudantes reclamam de falta de ventiladores e água gelada em escolas da Rede Estadual e Municipal. Desde o dia 11 de março, Campo Grande passa por uma onda de calor, com mais de 5 °C acima da média.

Mãe de criança de 6 anos com laudo de TEA (Transtorno do Espectro Autista), Dayana Franco, de 35 anos, relata que seu filho não quer mais ir à escola por conta do calor. Apesar de estudar na escola há mais de um ano, o aluno trocou de sala neste novo ciclo escolar.

A assistente de sala conta que neste ano o filho está estudando em uma sala do anexo da Escola Municipal Doutor Plínio Barbosa Martins, construída no ano passado. Ainda foi dito que na sala não há ventiladores e nem foi instalada a rede elétrica.

“Meu filho sai molhado de suor, não só ele, mas todas e meu filho como é autista ele é mais genioso e por isso ele diz que não quer ir na escola, ele diz: 'mamãe está muito calor', eles vão fazer isso quando? Só quando uma criança parar em um hospital”, contou.

Ao procurar a direção da escola, Dayana se deparou com um mural com várias solicitações, dentre elas pedidos de novos bebedouros e de ventiladores e ares-condicionados para atender aos alunos, além do ligamento da rede elétrica.

“Se tivesse a rede elétrica eu já tinha levado o ventilador da minha casa para dar uma amenizada, imagino que outros pais também. Esses quatro ou cinco anexos não têm energia. O meu menino, se ficar faltando, ele reprova por falta, mas se pra gente debaixo de um ventilador já é angustiante imagina para quem está sem ventilador”, encerrou.

Na Escola Estadual José Maria de Hugo Rodrigues, uma aluna de 15 anos, que pediu para não ser identificada, relatou que até sexta-feira (15) os alunos tiveram que suportar o calorão sem ventilador e água gelada.

Durante o final de semana, os ventiladores foram consertados, mas a água continua sendo quente. “Desde que começaram as aulas não tem água gelada. Procurei a diretora e eles disseram que de manhã a água funciona, mas de tarde, por conta do calor, não gela, mas o bebedor nem parece estar ligado”, disse.

Para conseguir se refrescar, a menina diz precisar comprar água gelada na cantina da escola. “Se eu não compro na cantina não consigo beber água gelada, mas eu não tenho condição de desembolsar R$ 3,50 todo dia. Eu tenho pressão baixa e é tanto calor e a minha pressão cai, eu passo mal e nem uma água gelada eu tenho para tomar”, finalizou.

O Campo Grande News entrou em contato com a Semed (Secretaria Municipal de Educação), mas até o momento nenhuma das secretarias retornou. O espaço segue aberto.

A Sed (Secretaria Estadual de Educação), negou por meio de nota, que a unidade escolar esteja com bebedouros sem água gelada. A secretaria ainda explica que a venda de água na cantina da escola é vedada. Segundo a nota, a pasta adotou medidas para tentar aliviar o "calorão", nas unidades escolares.

Dentre elas, a suspensão de exercícios físicos e exposição solar nos momentos mais quentes do dia (entre as 10h e 16h) até o final do período de calor extremo; adequar as atividades físicas para que não exijam muito movimento e desidratação; solicitar aos servidores e alunos que tragam recipientes para água; oferecer alimentação mais leve aos estudantes e atendimento especializado caso alguém passe mal devido ao calor.

(*) Matéria editada às 10h03 de terça-feira (19), para acréscimo de nota.

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