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Economia

Apesar da crise e queda no PIB, Sicredi deve crescer mais de 20% em 2015

Edivaldo Bitencourt, de Porto Alegre | 18/10/2015 17:10
Sede do Sicredi Pioneira, a primeira unidade do País (Foto: Divulgação)
Sede do Sicredi Pioneira, a primeira unidade do País (Foto: Divulgação)

Em meio a uma das maiores crises econômicas do Brasil, que deve ter queda de 2,44% no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, o banco cooperativo Sicredi deve crescer mais de 20%. A estimativa é de Celso Figueira, presidente do Sicredi Brasil Central, que integra os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

O crescimento será maior que o registrado pelo Bradesco (18,4%) e Santander Brasil (15,1%), que figuram entre os maiores bancos brasileiros. Neste ano, segundo economistas consultados pelo Banco Central, a economia brasileira terá queda de 2,44%. A indústria brasileira deverá registrar retração de 6%, enquanto o comércio deve ter a maior queda nas vendas desde 2003.

Figueira destaca que o sistema cooperativo sempre soube crescer nas crises e esta “força” existe desde a revolução industrial, quando ganhou força em alguns países da Europa. Além de praticar as taxas mais baixas do mercado, o Sicredi mantém uma relação maior com o associado. “A confiança é maior”, destaca o presidente do Sicredi Brasil Central.

Atualmente, o Sicredi responde por 5,55% dos depósitos feitos no Brasil, atrás do Banco do Brasil (22,89%), Itaú-Unibanco (21,87%), Caixa Econômica Federal (15,83%), Bradesco (10,12%) e Santander (7,39%). A meta é atingir os índices obtidos por países desenvolvidos, como Alemanha, onde bancos cooperativas respondem por 25% dos depósitos bancários.

Em Mato Grosso do Sul, segundo dados do Banco Central, 5,4% dos depósitos são feitos no Sicredi. O banco cooperativo está presente em 11 estados e reúne 95 cooperativas. De acordo com o diretor de Produtos e Negócios do Sicredi, Roberto Menezes de Vargas, são aproximadamente 3 milhões de associados em todo o País.

Como banco, o Sicredi completa 20 anos, já que obteve a autorização do Banco Central em 16 de outubro de 1995. Levantamento mostra que mais de 50% dos associados da instituição residem em cidades com menos de 30 mil habitantes.

Em algumas cidades do Rio Grande do Sul, o Sicredi chega a contar com a participação de até 79% da PEA (População Economicamente Ativa), como é o caso do de Morro Reuter, município com 6 mil habitantes.

Diretores do Sicredi durante reunião no Centro Administrativo em Porto Alegre (Foto: Divulgação)
Diretores do Sicredi durante reunião no Centro Administrativo em Porto Alegre (Foto: Divulgação)
Márcio Port, presidente do Sicredi Pioneira, faz balanço do banco cooperativo no País (Foto: Divulgação)
Márcio Port, presidente do Sicredi Pioneira, faz balanço do banco cooperativo no País (Foto: Divulgação)
Centro Administrativo Sicredi fica em Porto Alegre e emprega 1,6 mil (Foto: Edivaldo Bitencourt
Centro Administrativo Sicredi fica em Porto Alegre e emprega 1,6 mil (Foto: Edivaldo Bitencourt

Estrutura – Durante encontro na semana passada em Porto Alegre e Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, o Sicredi apresentou para um grupo de jornalistas os planos de expansão e o CAS (Centro Administrativo Sicredi), que tem 1,6 mil funcionários. No País, o Sicredi é dividido em quatro centrais: Brasil Central, Centro Norte, Sul e PR/SP/RJ.

Diferentemente de um banco, o Sicredi não tem cliente, mas associado, que participa de assembleias para decidir os rumos da instituição. Dos 3 milhões de associados, segundo Vargas, 300 mil participaram das reuniões realizadas para analisar as contas e tomar as decisões de cada uma das 95 cooperativas.

Mula – A primeira unidade do Sicredi, a Pioneira, foi fundada em 28 de dezembro de 1902 pelo padre suíço Thedor Amstad, na localidade denominada Linha Imperiral, no município de Nova Petrópolis, interior do Rio Grande do Sul.

De acordo com o vice-presidente do Sicredi Pioneira, Mário José Konzen, a primeira cooperativa reuniu produtores rurais para lutar por melhores condições de vida e negociações. Todo o trabalho do padre suíço para fundar a cooperativa foi feito no lombo de uma mula. Ele também ajudou a fundar outras cooperativas na região. Durante a vida, o religioso chegou a andar 160 mil quilômetros no lombo de burros.

Atualmente, a Sicredi Pioneira, que tem sede em Nova Petrópolis, tem 39 agências, 510 funcionários e movimenta R$ 1,5 bilhão em recursos. Segundo o presidente da instituição, Márcio Port, 51% da PEA do município é associado do Sicredi.

Da pequena cooperativa fundada pelo padre Amstad, o Sicredi chegou a 11 estados. A previsão é de que alcance mais 10 estados brasileiros.

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