ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
NOVEMBRO, QUINTA  27    CAMPO GRANDE 31º

Economia

Black chega com item limitado, etiqueta “fake” e estratégias de sobrevivência

Lojistas tentam driblar a desconfiança e garantir movimento em uma promoção que tem perdido entusiasmo

Por Geniffer Valeriano | 27/11/2025 11:07
Black chega com item limitado, etiqueta “fake” e estratégias de sobrevivência
Loja no centro da Capital que aderiu à Black Friday (Foto: Marcos Maluf)

Por trás do vai-e-vem intenso no comércio de Campo Grande nesta semana de Black Friday, há um jogo entre consumidores cada vez mais desconfiados e lojistas que se equilibram entre ofertas reais, limites de itens na hora da compra e estratégias para manter a clientela. A “grande liquidação do ano” já não é mais vivida como impulso, virou sobrevivência, tanto para quem compra quanto para quem vende.

Black chega com item limitado, etiqueta “fake” e estratégias de sobrevivência
Rose monitora os preços de produtos que gosta para comprar com o melhor desconto (Foto: Marcos Maluf)

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A Black Friday em Campo Grande revela um cenário de cautela entre consumidores e lojistas. Enquanto clientes monitoram preços com antecedência para evitar falsas promoções, comerciantes adotam estratégias como limitação de itens por pessoa e descontos graduais para manter o movimento nas lojas. O evento, que já foi marcado por compras por impulso, agora reflete uma realidade de sobrevivência econômica. Consumidores relatam que os descontos não são tão atrativos quanto em anos anteriores, mas ainda é possível encontrar oportunidades reais, com algumas lojas oferecendo produtos por R$ 0,99 e descontos de até 50%.

A secretária Rose Leandro, 52, não aparece no centro por acaso. Ela veio checar, mais uma vez, os preços de um sapato que já vinha monitorando há pelo menos 15 dias, e não se surpreendeu ao encontrar etiquetas supostamente promocionais sem mudança no valor.

“Não tem muita diferença de preços. Tem lojas que fui 15 dias atrás e hoje estava o mesmo valor”, conta. Ela diz que só compra no dia exato da Black para ver se “alguma promoção de verdade aparece”.

A experiência acumulada fez dela uma consumidora estratégica: “Tem que pesquisar. Antes da pandemia tinha uns descontos muito legais. Depois, é aquele valor de sempre com etiqueta amarela.”

Rose faz questão da loja física. “Gosto do contato com o ser humano”, explica, enquanto escolhe presentes de Natal para os sobrinhos.

Black chega com item limitado, etiqueta “fake” e estratégias de sobrevivência
Aos 21 anos, Emanuela já conquistou um eletrodoméstico através da Black Friday (Foto: Marcos Maluf)

Planejamento é regra e só se compra quando compensa. A vendedora Emanuela Aguilheira, 21, age da mesma forma: monitora antes, compara depois. Para ela, se o produto não tiver desconto real, não há por que aproveitar a Black. “Muitas coisas não mudam significativamente o preço. Se a gente não está com urgência, melhor esperar”, resume.

Mas quando aparece uma oportunidade verdadeira, ela pega. “Eu consegui comprar minha geladeira porque já tinha economizado e achei uma oferta boa na Black.”

Limite por cliente

Black chega com item limitado, etiqueta “fake” e estratégias de sobrevivência
Julia explica como acontece a Black na loja em que trabalha (Foto: Marcos Maluf)

Do outro lado do balcão, há quem tente oferecer promoções realmente agressivas, mas com cuidado para que todos consigam comprar. Na loja onde trabalha Julia Meneses, 19, alguns produtos vão custar R$ 0,99 na sexta e no sábado. Um deles é a famosa esponjinha de maquiagem, que normalmente custa R$ 10.

Porém, há regras: “Limitamos a um por cliente. Senão vem uma pessoa, compra tudo e outra não consegue.”

A loja já está em clima de Black desde 1º de novembro, com o “Esquenta Black” que baixou os preços fixos de R$ 12 para R$ 10. Mesmo antes do dia oficial, o movimento mudou. “Na segunda e terça deu muito movimento. Hoje também estamos esperando bastante gente”, diz ela.

Para o assistente de vendas Weider Júnior, 27, a Black Friday perdeu parte do brilho nos últimos anos. “Eu acho que deu uma diminuída, sim. O pessoal não tem mais aquela procura”, avalia.

Mesmo assim, esta semana ele percebeu um salto de até 45% no movimento, impulsionado pela variedade de promoções: leve 3, pague 2; peças com 50% na segunda unidade; etiquetas pretas marcando saldo real. “As pessoas já estão vindo e comprando porque a loja está bem recheada de promoção mesmo”, celebra.

Black chega com item limitado, etiqueta “fake” e estratégias de sobrevivência
Vicentina afirma que não encontrou, até o momento, uma promoção que valesse a pena (Foto: Marcos Maluf)

Na ponta mais discreta desse movimento aparece a aposentada Vicentina Aparecida, 65, que nunca participou de uma Black Friday até agora.

“Eu achava que não tinha promoção de verdade”, admite. Nesta quinta (27), ela saiu de casa em busca de calçados para ela e o marido. Encontrou preços pela metade. “Eu tô achando as promoções boas. É um preço que dá para comprar no final do ano”, conta, satisfeita.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.