ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
AGOSTO, QUARTA  06    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Brasil aciona Organização Mundial do Comércio contra tarifaço dos EUA

Carnes de MS, que lideram exportações aos norte-americanos, são diretamente atingidas por tarifa de 50%

Por Ângela Kempfer | 06/08/2025 15:16
Brasil aciona Organização Mundial do Comércio contra tarifaço dos EUA
A carne bovina in natura é principal item da pauta de exportações sul-mato-grossense (Foto: Arquivo)

O governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os Estados Unidos após a entrada em vigor das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida considerada abusiva pelo Itamaraty. A queixa formal, divulgada nesta semana, busca abrir uma rodada de consultas entre os dois países antes da formação de um painel internacional. Para o Ministério das Relações Exteriores, os EUA "violaram flagrantemente" os compromissos assumidos dentro da própria OMC.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O governo brasileiro apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio contra os Estados Unidos devido à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, considerada abusiva pelo Itamaraty, afeta principalmente as exportações de Mato Grosso do Sul, que vendeu mais de US$ 315 milhões aos EUA no primeiro semestre de 2025. Entre os produtos mais impactados estão a carne bovina in natura, sebo bovino e carnes salgadas. Alguns itens estratégicos, como celulose e ferro-gusa, foram poupados das tarifas. O Brasil busca uma solução negociada através de consultas bilaterais antes de solicitar a formação de um painel de arbitragem internacional.

Entre os atingidos pelo tarifaço está Mato Grosso do Sul, que exportou mais de US$ 315 milhões para os Estados Unidos apenas no primeiro semestre de 2025. A carne bovina in natura, principal item da pauta de exportações sul-mato-grossense para os EUA, foi mantida na lista de produtos taxados, sem isenção. O produto representa 45,2% do que o Estado vende aos americanos, segundo dados da Fiems.

Além da carne, outros itens também afetados pelas tarifas incluem sebo bovino (9,4% das exportações de MS para os EUA), carnes salgadas (2,5%), carnes desossadas, filés de tilápia e óleos de origem animal. Todos agora enfrentam o novo tributo de 50%, o que reduz drasticamente a competitividade desses produtos no mercado internacional.

Por outro lado, dois produtos estratégicos da indústria estadual ficaram de fora da lista e seguem com acesso ao mercado norte-americano: a celulose, com destaque para a produção das gigantes Suzano, Eldorado e Arauco, e o ferro-gusa, matéria-prima da indústria siderúrgica. Juntos, esses itens representaram mais de 36% das exportações do Estado aos EUA em 2025.

A resposta do governo federal na OMC visa contestar a legalidade da imposição tarifária com base nos acordos multilaterais. O processo ainda está na fase de pedido de consultas, que permite uma tentativa de solução negociada. Caso não haja acordo, o Brasil poderá solicitar a formação de um painel de arbitragem.