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Economia

Campo Grande registra maior alta da cesta básica entre capitais em setembro

Trabalhador precisa comprometer mais de 55% do salário mínimo líquido para comprar alimentos essenciais

Por Jhefferson Gamarra | 08/10/2025 15:10
Campo Grande registra maior alta da cesta básica entre capitais em setembro
Consumidora fazendo compras em supermercado da Capital (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Em setembro de 2025, o preço da cesta básica em Campo Grande apresentou aumento de 1,55% em relação a agosto, chegando a R$ 780,67. A alta coloca a capital sul-mato-grossense na contramão de 22 das 27 capitais brasileiras, onde os valores médios da cesta básica registraram queda. O levantamento é fruto da parceria entre o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), dentro do acompanhamento nacional da cesta básica de alimentos.

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Campo Grande registrou a maior alta no preço da cesta básica entre as capitais brasileiras em setembro de 2025, com aumento de 1,55% em relação ao mês anterior, atingindo R$ 780,67. A capital sul-mato-grossense seguiu direção oposta a 22 das 27 capitais do país, que apresentaram queda nos valores. Entre os 13 itens monitorados, oito tiveram aumento, com destaque para banana (8,84%), óleo de soja (4,46%) e café em pó (4,32%). Um trabalhador que recebe salário mínimo precisou dedicar 113 horas e 8 minutos de trabalho para adquirir os alimentos essenciais, comprometendo 55,60% da renda mensal.

Na comparação com setembro de 2024, o custo da cesta em Campo Grande acumula alta de 9,24%, e, no acumulado do ano, a elevação é de 1,34%. Entre os 13 itens que compõem a cesta, cinco tiveram redução de preço no último mês, como batata (-6,96%), arroz agulhinha (-4,75%) e açúcar cristal (-4,00%). Por outro lado, oito produtos registraram aumento, com destaque para banana (8,84%), óleo de soja (4,46%) e café em pó (4,32%).

O impacto dessa alta no bolso do trabalhador é significativo. Um trabalhador que recebe o salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou dedicar 113 horas e 8 minutos de trabalho apenas para adquirir os alimentos essenciais, ante 111 horas e 25 minutos em agosto. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% de Previdência Social, ele comprometeu 55,60% da renda em setembro, ante 54,75% no mês anterior.

Enquanto Campo Grande registrou elevação, as maiores quedas de preços foram observadas em Fortaleza (-6,31%), Palmas (-5,91%), Rio Branco (-3,16%), São Luís (-3,15%) e Teresina (-2,63%). No conjunto das 27 capitais pesquisadas, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir a cesta básica caiu de 101 horas e 31 minutos em agosto para 99 horas e 53 minutos em setembro, e o percentual médio da renda comprometido pelo trabalhador com salário mínimo líquido foi de 49,09%.

A pesquisa nacional da cesta básica, realizada mensalmente pelo Dieese e pela Conab, monitora o preço de alimentos como arroz, feijão, carne, leite, pão e óleo, contribuindo para o acompanhamento da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e da Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Em setembro, Campo Grande destacou-se negativamente no cenário nacional, com a maior alta entre as capitais, refletindo diretamente na pressão sobre o orçamento familiar.