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Economia

Dona de fábrica de celulose em MS é condenada por má-fé

A sentença foi resultado da ação cível que a J&F ajuizou pedindo indenização por danos morais do diretor-presidente da Paper

Rosana Siqueira | 15/05/2020 18:01
Unidade da Elborado Celulose em MS é alvo de disputa milionária. (Foto: Divulgação)
Unidade da Elborado Celulose em MS é alvo de disputa milionária. (Foto: Divulgação)

O juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou a J&F -controladora do grupo JBS - por litigância de má fé e determinou à holding pagamento de multa de R$ 29,7 mil.  O processo tem relação com a venda pela empresa dos irmãos Batista da fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, ao grupo holandes Paper Excellence, ocorrida em 2017.

No despacho, do dia 11 de maio, o magistrado afirma  que a JF com má fé no desenrolar da transação acionária "praticando conduta análoga à extorsão  durante a negociação para venda da unidade em Mato Grosso do Sul, no valor de R$ 15 bilhões. Os dois grupos travam batalhan judicial pelo controle da planta industrial.

Do que se trata -  A sentença foi resultado da ação cível que a J&F ajuizou pedindo indenização por danos morais do diretor-presidente da Paper Excellence, Cláudio Cotrim,  por ele ter concedido entrevista à mídia relatando sua versão dos fatos sobre o imbróglio da disputa pela Eldorado Brasil Celulose.

Cotrim tem dito que a J&F, para entregar a Eldorado, pediu mais R$ 6 bilhões além do que já tinha sido acertado no contrato de compra e venda. Na decisão, além de inocentar executivo, o magistrado disse ser inegável que "a J&F - efetivamente -  quis elevar em quase R$ 6 bilhões o preço do negócio; daí sua inquestionável litigância de má-fé".

No despacho, foi lembrado que, em outro processo relacionado ao caso, a J&F disse ter sugerido à Paper Excellence, em reunião em Los Angeles (EUA), o pagamento  do valor extra para fechar o negócio.

Palavra dos envolvidos - Em nota à Folha de S.Paulo, a J&F  mantém a afirmaão de que o executivo da Paper Excellence "fez uma acusação falsa e que não pode sustentar".

"A má-fé que há no processo é unicamente de Cotrim, que distorceu documentos e fatos para induzir a Justiça ao erro, antes que a J&F tivesse a oportunidade de se manifestar a respeito deles. Má-fé há por parte de Cotrim, que faz acusações sem sequer ter estado presente na reunião que narrou", diz a empresa, segundo o jornal paulista.

A empresa vai recorrer da decisão. O Executivo da Paper Excellence não quis comentar o caso, conforme a Folha.

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