Licença para construção da nova fábrica de celulose deve sair em dezembro
Bracell investirá R$ 16 bilhões em nova fábrica de celulose solúvel em Bataguassu

O governador Eduardo Riedel, assinou nesta terça-feira (6) o termo de concessão de incentivos fiscais que garante segurança jurídica para a instalação da primeira fábrica de celulose solúvel do Estado, um investimento de R$ 16 bilhões da Bracell. O projeto será implantado em Bataguassu, no leste sul-mato-grossense, consolidando a região como um polo industrial apelidado de “Vale da Celulose”. A expectativa é que a licença prévia para construção da unidade seja emitida até dezembro .
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A Bracell investirá R$ 16 bilhões em uma nova fábrica de celulose solúvel em Bataguassu, Mato Grosso do Sul. O acordo de incentivos fiscais foi assinado pelo governador Eduardo Riedel, consolidando a região como um polo industrial de celulose. O projeto visa fortalecer o setor florestal e atrair novos negócios para o estado. A nova fábrica será a primeira de celulose solúvel no estado, um insumo de alto valor agregado usado na indústria têxtil. A Bracell já entregou o estudo de impacto ambiental e aguarda a licença prévia para dezembro. Além disso, a empresa planeja expandir sua atuação em Água Clara, com a produção de celulose kraft ou uma combinação de kraft e solúvel. O investimento impulsionará a economia estadual, diversificando a indústria e gerando empregos.
A iniciativa integra a estratégia estadual de fortalecer cadeias produtivas a partir das potencialidades locais, como o setor florestal, e criar um ambiente favorável à atração de negócios. Segundo o governador Riedel, além dos desafios em infraestrutura, o Estado tem avançado em áreas como saúde, logística, sustentabilidade, energia e educação, com bilhões de reais previstos para investimentos em infraestrutura, especialmente na Costa Leste.
"Mato Grosso do Sul possui enorme potencial de desenvolvimento em diversas áreas. Temos grandes desafios em infraestrutura, mas também temos feitos grandes avanços em saúde, logística, sustentabilidade, energia, educação, e bilhões previstos em infraestrutura para todo Estado, especialmente na Costa Leste do Estado", comentou o governador.

Durante a reunião com o presidente da Bracell, Praveen Singhavi, também foram discutidos os avanços no licenciamento ambiental. A empresa já entregou ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) o EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental). Praveen Singhavi destacou que o projeto em Mato Grosso do Sul representa um marco para a companhia e agradeceu o apoio do governo estadual.
Além do projeto em Bataguassu, foi discutida a expansão da atuação da Bracell no município de Água Clara, onde a empresa já opera por meio da MS Florestal, dedicada à produção de mudas de eucalipto em uma área de 110 mil m². O novo plano contempla a produção de celulose kraft — destinada a papel e embalagens, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas/ano — ou uma configuração mista que combine celulose kraft e solúvel.
A produção de celulose solúvel representa um avanço estratégico para a indústria sul-mato-grossense. Esse tipo de celulose, utilizada principalmente na fabricação de fibras como viscose, modal e lyocell, demanda maior pureza e rigor técnico, resultando em um insumo de alto valor agregado, com grande demanda na indústria têxtil sustentável.
Para o secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc, a chegada da celulose solúvel abre portas para cadeias produtivas mais sofisticadas e fortalece as exportações estaduais. Verruck lembra que Mato Grosso do Sul já é o segundo maior produtor brasileiro de madeira em tora para papel e celulose, responsável por 24% da produção nacional.
"Esse tipo de celulose abre portas para cadeias produtivas mais sofisticadas e para exportações com maior valor agregado. É um passo fundamental para a diversificação da nossa base industrial", comenta o secretário Jaime Verruck.
Desde 2015, o Estado já atraiu R$ 125 bilhões em investimentos, sendo R$ 65 bilhões apenas na atual gestão, consolidando um setor que representa 17,8% do PIB industrial e gera mais de 26 mil empregos diretos e indiretos, segundo a Semadesc. Atualmente, a base industrial conta com 30 empresas e mais de 7 mil trabalhadores apenas no setor florestal.