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Economia

Nova modalidade de consignado privado dispara em volume e juros

Os juros subiram para 59,1% ao ano, o maior nível em 13 anos

Por Ângela Kempfer | 29/05/2025 14:46
Nova modalidade de consignado privado dispara em volume e juros

No primeiro mês completo de operação do novo consignado privado voltado a trabalhadores com carteira assinada, os valores emprestados e as taxas de juros cobradas na modalidade dispararam, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (29). Em abril, a taxa média de juros chegou a 59,1% ao ano, contra 44% registrados em março, o maior nível desde o início da série histórica em 2011.

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O novo consignado privado para trabalhadores com carteira assinada registrou crescimento expressivo em seu primeiro mês completo de operação. Em abril, o volume de empréstimos alcançou R$ 5,6 bilhões, um aumento de 148,7% em relação a março, impulsionado pela dispensa de convênios entre empresas e bancos.As taxas de juros, no entanto, subiram para 59,1% ao ano, contrariando expectativas do governo de mantê-las próximas às cobradas para servidores públicos e beneficiários do INSS. O Banco Central atribui a elevação ao maior risco percebido pelas instituições financeiras no perfil dos trabalhadores CLT, que podem ser demitidos.

Lançada pelo governo federal no fim de março, a nova linha de crédito movimentou quase R$ 5,6 bilhões em abril, crescimento de 148,7% em comparação ao mês anterior, mostra reportagem do jornal Folha de São Paulo. O avanço foi impulsionado principalmente pela possibilidade de concessão sem necessidade de convênio entre empresas e bancos, o que ampliou o acesso ao crédito.

Contudo, a elevação das taxas contrariou a expectativa do governo de que os juros se manteriam próximos aos do consignado para servidores públicos (26,3%) e beneficiários do INSS (24%). Segundo o Banco Central, o aumento reflete o maior risco percebido pelas instituições financeiras no perfil dos trabalhadores CLT, que, diferentemente de servidores e aposentados, podem ser demitidos.

Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do BC, explicou que o uso do FGTS como garantia, previsto nas regras da nova modalidade, ainda não estava plenamente operacional em abril. A expectativa é de que, com a implementação total dessa garantia, que permite o uso de até 10% do saldo e 100% da multa rescisória em caso de demissão, os juros recuem.

A modalidade permite comprometer até 35% da renda mensal com parcelas descontadas diretamente na folha de pagamento. Caso o trabalhador mude de emprego, o desconto continua sendo feito no novo salário, o que reduz o risco de inadimplência para os bancos.

Os grandes bancos passaram a ofertar o produto em abril, o que deve ampliar sua adesão. Desde então, também é possível migrar contratos antigos para o novo modelo, com promessa de condições mais vantajosas, especialmente para quem possui dívidas em modalidades com juros mais altos, como o crédito pessoal.


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