Para evitar morte, outros dois donos de cavalos com mormo entram na Justiça
Mais dois donos de cavalos confirmados com mormo em Mato Grosso do Sul, entraram na Justiça para impedir que os animais atestados com a doença sejam sacrificados. O primeiro a tomar a decisão, foi o proprietário de um centro de treinamento de equinos em Bela Vista. Agora, os processos são movidos por produtores de Bodoquena e Aquidauna.
Em janeiro, o primeiro caso de mormo deste ano no Estado foi diagnosticado em Aquidauana e o proprietário entrou na justiça, para tentar impedir o sacrifício do animal. Além disso, ele solicitou que outro exame para detectar a doença seja realizado fora do país.
Segundo o gerente de inspeção e defesa sanitária animal da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) Rubens de Castro Rondon, o cavalo foi removido de propriedade nesta segunda-feira (15), a pedido do dono.
"Na sexta-feira (12) houve um andamento no processo em que o proprietário pedia que o cavalo fosse retirado de onde estava e fosse levado para uma chácara. Nossa equipe acompanhou todo o andamento e estamos aguardando o relatório do caso para saber onde o cavalo foi colocado", informa.
Os exames de mormo enviados para outros países não têm validade sanitária no Brasil, segundo a Iagro. O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defende que caso a doença se dissemine para humanos, a responsabilidade é do proprietário do animal com mormo. "O exame feito em outro país, como muitos encaminham para os Estados Unidos nem tem validade sanitária alguma, pois o Mapa não reconhece outras provas, mesmo sendo realizada em outro país", afirma o gerente da Iagro.
Ainda de acordo com Rondon, a Iagro segue o protocolo de erradicação da doença, através da normativa federal, número 24 de 2004. Rondon ainda levanta uma questão. "Os Estados Unidos usa o mesmo método de exames do Brasil e lá a doença foi erradicada, pois os animais com mormo foram sacrificados. Por que então, os proprietários estão mandando exames para fora?", pontua.
Conforme Rondon, enquanto o processo corre na justiça, os focos podem aumentar no Estado. "O dono do cavalo não quer o sacrifício do animal e pede a solicitação de um novo exame que é feito em outro país, mas enquanto isso, a doença pode passar para outros animais de propriedades vizinhas", alega.
Para o gerente de inspeção, os animais atestados com mormo, são de competição com alto valor. "E como a doença é assintomática, ou seja, que não tem nenhuma ferida aparentemente, os donos não acreditam que os animais estejam com mormo", finaliza.