Mormo pode ser transmitido ao homem e levar a morte em até 4 semanas
A confirmação do quarto caso de mormo em Mato Grosso do Sul, pôs em alerta entidades ligadas a sanidade animal no Estado, que estão tomando as medidas cabíveis para controlar a doença. O CRMV/MS (Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul) alerta que o mormo pode transmitido ao ser humano e ser fatal. Os quatro cavalos com exame positivo foram sacrificados e os demais animais da propriedade rural em Bela Vista - distante 320 km de Campo Grande, estão passando por exames.
De acordo com o presidente do Conselho, João Vieira Almeida Neto, a transmissão se dá devido ao contato direto com o animal doente e se manifesta no homem de forma aguda ou crônica. "Em ambos os casos, se não tratado, o processo evolui até a morte do paciente", diz.
Na forma aguda, após os sintomas de febre, forma-se um nódulo ou uma ulceração com linfangite, ou seja, lesão infecciosa dos vasos linfáticos, regional no lugar da inoculação. Posteriormente, aparecem pequenos nódulos e pequenas saliências na pele, em outras zonas do corpo aparecem manchas vermelho-azuladas, que evoluem até a formação de úlceras profundas. Junto a isso, há o aparecimento de úlceras na cavidade bucal, na laringe e na membrana mucosa presente nos olhos, corrimento nasal, eliminação de sangue pela tosse e broncopneumonia, que conduz à morte em 2 a 4 semanas.
Já na forma crônica, localizada quase sempre na pele, aparecem isolados nódulos e pequenas úlceras. O processo pode evoluir para o estado agudo ou evoluir de forma crônica até a morte.
Segundo João, “assim que detectada a doença nos animais, deve ser realizada a interdição das propriedades com focos comprovados para saneamento e sacrifício imediato dos animais positivos aos testes oficiais por profissional do serviço de Defesa Sanitária Oficial”.
A Iagro (Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) informou que em decorrência do resultado laboratorial positivo do dia 26, indicou e deslocou equipe de profissionais para realizar o sacrifício dos 03 animais que apresentaram resultado positivo aos testes laboratoriais.
Sintomas em animais - O mormo é uma enfermidade bacteriana infectocontagiosa grave que acomete principalmente os equídeos, podendo também acometer os carnívoros, os pequenos ruminantes e até o homem. A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer também pelas vias respiratória, genital e cutânea. Os estábulos coletivos são potenciais focos de disseminação da infecção e também pode ocorrer à contaminação pela ingestão de alimentos ou águas contaminados.
Os sinais clínicos mais frequentes incluem tosse, corrimento nasal e febre. Na forma aguda da doença a morte por septicemia ocorre em poucos dias, o animal começa com febre alta e calafrios, rinorréia, frequentemente unilateral, amarelo-esverdeada e inflamação dos gânglios laríngeos após um período de incubação de 2 a 3 dias. Na mucosa das vias aéreas superiores aparecem alterações difteróides, nódulos e úlceras que se disseminam rapidamente. Os animais emagrecem rapidamente e morrem, quase sempre, na 2º ou 3º semana da doença.
Diagnóstico - Oficialmente, para fins de diagnóstico e de controle de enfermidade, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) recomenda a realização dos testes de fixação de complemento para triagem (realizado nos laboratórios particulares credenciados pelo Mapa) e o Westing Blooting para confirmação no Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário, do Mapa).
O CRMV/MS lembra que as coletas de sangue só podem ser feitas por médicos veterinários credenciados pelo Mapa.