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Economia

Pobreza no País atinge menor nível desde 2012 e chega a 27%

No recorte de pessoas extremamente pobres, o índice saiu de 5,9% para 4,4%

Por Jéssica Fernandes | 04/12/2024 12:35
Imigrante venezuelano segura cartaz pedindo ajuda na rotatória da Mato Grosso. (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)
Imigrante venezuelano segura cartaz pedindo ajuda na rotatória da Mato Grosso. (Foto: Arquivo/ Henrique Kawaminami)

Pela primeira vez, a proporção de pessoas consideradas pobres no Brasil atingiu o menor nível de uma série histórica iniciada em 2012, ficando abaixo de 30%. Os dados divulgados nesta quarta-feira (4), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelam que o número recuou de 67,7 milhões no ano de 2022 para 59 milhões em 2023.

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O Brasil alcançou, pela primeira vez desde 2012, uma proporção de pessoas consideradas pobres abaixo de 30%, com 27,4% da população em 2023, representando uma redução de 67,7 milhões para 59 milhões de pessoas em situação de pobreza. A extrema pobreza também diminuiu, passando de 12,6 milhões em 2022 para 9,5 milhões em 2023, com um índice de 4,4%. O IBGE destaca que a ausência de programas sociais poderia ter elevado esses números significativamente. A pesquisa, que analisa as condições de vida da população brasileira, considera as linhas de pobreza do Banco Mundial e abrange dados de 2012 a 2024 sobre economia, mercado de trabalho, moradia, educação e saúde.

Levando em conta os dois períodos, o contingente de pessoas consideradas pobres no País saiu de 31,6% para 27,4%. Antes desse resultado, o menor percentual registrado tinha sido em 2014, com 30,8%.

Para as pessoas consideradas extremamente pobres, o cenário também ficou diferente. O ano passado registrou 4,4%, enquanto em 2022 o índice era de 5,9%. Isso significa que o Brasil tinha 12,6 milhões de pessoas na extrema pobreza e em 2023 passou para 9,5 milhões de pessoas, ou seja, em um ano 3,1 milhões de pessoas saíram dessa condição.

Gráfico mostra proporção de pessoas na pobreza e na extrema pobreza. (Arte: IBGE)
Gráfico mostra proporção de pessoas na pobreza e na extrema pobreza. (Arte: IBGE)

Conforme o IBGE, a ausência de programas sociais voltados para essa população afetaria os números obtidos na Síntese de Indicadores Sociais, aumentando a desigualdade. “Na hipótese de não existirem os programas sociais implementados pelo governo federal, a proporção de pessoas na extrema pobreza em 2023 teria subido de 4,4% para 11,2%. Já a proporção da população na pobreza teria subido de 27,4% para 32,4%”, diz.

A ocupação é mais um fator que influencia nas estatísticas obtidas pelo IBGE. Entre as pessoas ocupadas, menos de 1% foram consideradas extremamente pobres em 2023, enquanto entre os desocupados essa proporção chegou a 14,6%. Da mesma forma, a proporção de pessoas ocupadas pobres (14,2%) foi bem inferior a dos desocupados pobres (54,9%).

Renda - Para fazer a pesquisa, o IBGE considerou as linhas do Banco Mundial segundo o Poder de Paridade de Compra (PPC), que monitoram o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1.

A linha de pobreza considerada é US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês. Já a da extrema pobreza é de US$ 2,15 por dia em PPC ou R$ 209 por mês.

Sobre a pesquisa - A Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira em 2024, sistematiza informações sobre a realidade social e as condições de vida da população brasileira.

O estudo traz indicadores de 2012 a 2024 sobre a estrutura econômica e mercado de trabalho; padrão de vida e distribuição de rendimentos (incluindo linhas de pobreza), condições de moradia, educação; e condições de saúde.

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