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Economia

Por hora, trabalhadores brancos ganham 67,7% a mais que negros

Pesquisa do IBGE mostra que média salarial do primeiro grupo é de R$ 23,02, e do segundo, R$ 13,73

Por Jéssica Fernandes | 04/12/2024 11:29
Vigia sinaliza placa nas ruas de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Vigia sinaliza placa nas ruas de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

A hora de trabalho de uma pessoa branca vale 67% mais que a de uma pessoa negra. A média de salário do primeiro grupo é de R$ 23,02, enquanto a do segundo é de R$ 13,73. Com o recorte do ensino superior, a diferença salarial por hora entre brancos e negros segue, respectivamente, com R$ 40,24 e R$ 28,11.

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Um estudo do IBGE de 2023 revela que a hora de trabalho de pessoas brancas vale 67% mais que a de pessoas negras, com salários médios de R$ 23,02 e R$ 13,73, respectivamente. A diferença salarial persiste mesmo com ensino superior, com ganhos de R$ 40,24 para brancos e R$ 28,11 para negros. Em média, brancos ganham R$ 3.847 mensais, enquanto negros recebem R$ 2.264. A desigualdade é atribuída ao tipo de ocupação, onde negros estão mais presentes em setores de menor remuneração, como construção e serviços domésticos. Em 2022, a diferença salarial era menor, mas a informalidade é alta entre trabalhadores negros, com 45,8% em ocupações informais, comparado a 34,3% entre brancos.

Esses dados foram divulgados, nesta quarta-feira (4), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) através da Síntese de Indicadores Sociais que trouxe os números de 2023.

Com a disparidade entre a hora de trabalho, os reflexos no rendimento de trabalhadores de raças diferentes é nítido. O IBGE aponta que, calculado com base nos ganhos mensais, uma pessoa branca ganhou R$ 3.847, enquanto os negros receberam R$ 2.264 no ano de 2023.

Comparado aos resultados obtidos em 2022, a diferença entre os dois grupos aumentou no ano passado. Em 2022, trabalhadores brancos receberam em média R$ 20 por hora, enquanto negros e pardos somente R$ 12,40.

Um dos motivos que explicam a desigualdade salarial, segundo o IBGE, é o tipo de ocupação dessas pessoas. "As desigualdades têm origem na ocupação dessas pessoas, que levam a rendimentos maiores ou menores. Pretos ou pardos são inseridos em atividades que pagam menos, como construção, agropecuária e serviços domésticos".

Ainda assim, essa diferença ficou menor entre 2019 a 2023. No primeiro período, o rendimento médio por cor ou raça ficou em 74% e no segundo período caiu para 69%.

Informais - A Síntese de Indicadores Sociais revela que no ano passado 45,8% dos trabalhadores negros ou pardos estavam em ocupações informais. Por outro lado, a taxa de pessoas brancas ocupadas foi de 34,3%.

A proporção de informais entre mulheres pretas ou pardas (46,5%) e homens pretos ou pardos (45,4%) superou a média da informalidade no Brasil (40,7%). Mulheres brancas (34,8%) e homens brancos (34%) estavam abaixo da média.

Ainda, segundo o IBGE, trabalhadores negros foram maioria nos setores da construção (65,7%), serviços domésticos (66,1%) e agropecuária (60,9%). Os brancos tiveram maior participação em trabalhos relacionados à informação e serviços financeiros, na indústria (45,7%) e administração pública, educação, saúde e serviços sociais (48,5%).

Segundo o IBGE, as áreas da indústria, administração pública e informação tiveram rendimento médio de R$ 2.859, R$ 4.157 e R$ 4.227 em 2023. Entre os grupos de atividades listados pelo instituto, os três foram os mais bem remunerados.

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