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Economia

Reajuste pega revendas de surpresa e preço do gás passará dos R$ 90

Petrobras justificou alteração dos preços devido à desvalorização do real frente ao dólar, mas revendas reiteram baixa da moeda americana no mês de novembro

Danielle Valentim | 06/11/2018 11:49
'A explicação é simplesmente política”, disse o presidente do Simpergasc. (Foto: Saul Schramm)
'A explicação é simplesmente política”, disse o presidente do Simpergasc. (Foto: Saul Schramm)

O anúncio de reajuste no preço do gás GLP, principalmente, o de 13 quilos, pegou de surpresa os revendedores de Campo Grande. O aumento no valor que as próprias revendas estavam “segurando”, devido ao baixo consumo, agora, deve amargar no bolso do consumidor final e ultrapassar os R$ 90.

A companhia assegurou que os motivos para a alteração dos preços foi a desvalorização do real frente ao dólar e as elevações nas cotações internacionais do GLP. No entanto, para o presidente do Simpergasc-MS (Sindicato das Micro, Pequenas Empresas e Revendedores Autônomos de GLP, Gás Canalizado e Similares), Vilson de Lima, o dólar apresentou baixa neste mês e o anúncio não tem justificativa.

“Recebemos a notícia com muita surpresa. Estava fora do planejamento. Esse aumento era para ter acontecido no mês passado, mas por causa da eleição seguraram o aumento. O problema é que decidiram aumentar com o dólar em baixa. A explicação é simplesmente política”, disse.

Pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), de 28 de outubro a 3 de novembro, revela que o preço médio do botijão de 13 quilos, em Mato Grosso do Sul caiu de R$ 71,73 para R$ R$ 71,56, um percentual de 0,24%.

A mesma pesquisa aponta que em Campo Grande, o preço subiu 0,31%, de R$ 68,82 para R$ 69,03. O preço do botijão mais barato, neste período de levantamento, caiu R$ 0,10 de R$ 60 para R$ 59,90, um percentual equivalente a 0,17%. O vasilhame mais caro chegou a R$ 80, uma queda de 5,88%, quando o preço anterior era de R$ 85.

Vilson pontua que além das pequenas quedas, os próprios revendedores seguraram a margem de preço. “O próprio revendedor baixou a margem de preço, porque o consumo desacelerou. Se fossemos cobrar o valor normal nesses últimos meses já estaria em R$ 80 e não em R$ 75 como o consumidor ainda encontra. Agora, com o reajuste, recalculamos e o impacto o bolso o consumidor passará dos R$ 90”, garantiu.

Nesta terça-feira (6), a reportagem pesquisou o preço em algumas revendedoras, e o botijão mais caro chegou a R$ 75. No entanto, o valor não está somado ao reajuste de 8,5% anunciado pela Petrobras.

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