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Economia

Reinaldo abre Expoagro com discurso otimista e diz que MS é maior que crise

Governador disse que duas indústrias de grande porte poderão se instalar em Dourados e anunciou reunião com a bancada para cobrar ferrovias

Helio de Freitas, de Dourados | 16/05/2015 14:39
Reinaldo percorre estandes da 51ª Expoagro ao lado do prefeito Murilo Zauith e do presidente do Sindicato Rural de Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
Reinaldo percorre estandes da 51ª Expoagro ao lado do prefeito Murilo Zauith e do presidente do Sindicato Rural de Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

Ao abrir a 51ª Expoagro na manhã deste sábado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) anunciou que duas grandes indústrias podem se instalar em breve em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, a 233 km de Campo Grande. Ele não revelou detalhes, mas disse que o governo do Estado está negociando “dois bons empreendimentos industriais” para gerar emprego e agregar valor à matéria-prima produzida na região.

Reinaldo disse estar “confiante” na vinda dessas empresas para a região de Dourados, mas considerou a negociação “desgastante” por causa da competição entre os Estados. “Temos um problema em Mato Grosso do Sul que é nossa logística. Estamos distantes dos portos exportadores do país e isso nos tira um pouco de competividade com outros Estados”.

Palavra proibida – Falando para centenas de produtores rurais presentes na sede da maior feira agropecuária do interior do Estado, Reinaldo adotou um discurso otimista e apesar de fazer coro às críticas dos ruralistas ao governo do PT, voltou a dizer que proibiu falar em crise dentro do governo. Segundo ele, Mato Grosso do Sul vai crescer acima da média nacional.

“Lá no governo é proibido tocar em crise, porque não vai ser a primeira nem vai ser a última. É na crise que temos de ser criativos para buscar soluções para resolver os problemas. Mato Grosso do Sul e Dourados são maiores que a crise e vamos crescer acima da média nacional. Temos condições de alavancar o desenvolvimento”, declarou o governador, citando dois investimentos privados, totalizando R$ 16 bilhões, que serão feitos neste ano no Estado – os dois em Três Lagoas.

Assim como o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lucio Damália, primeiro a discursar, Reinaldo citou a força do agronegócio e disse que se não fosse a força desse segmento o país passaria por “extrema dificuldade”, principalmente para a sobrevivência dos governos municipais, estaduais e federal, se não fossem os impostos pagos pela produção rural.

Ferrovias – O governador anunciou que na próxima semana vai reunir a bancada federal de Mato Grosso do Sul em Brasília para definir uma ação política conjunta em defesa da ferrovia norte-sul. Segundo ele, a ferrovia é fundamental para o desenvolvimento da região e é preciso pressionar o governo para acelerar o projeto.

“O governo do PT causou um prejuízo enorme ao país discutindo o modelo das concessões e privatizações. Isso levou dez anos. É muito tempo. Quando começaram os projetos de concessões, chamando a iniciativa privada para fazer aquilo que o governo não dá conta de fazer, foram dez anos e agora temos de correr contra o tempo”, disse o governador tucano.

Segundo ele, a construção da norte-sul, assim como da Ferroeste, é primordial para garantir a logística que Mato Grosso do Sul precisa para ter mais competitividade. Reinaldo disse, sem revelar detalhes, que nos próximos dias o governo do Estado pode tomar uma “decisão importante” sobre o porto de Murtinho e afirmou que não se pode “virar as costas” para o Rio Paraguai como opção de escoamento da produção.

Fim das invasões – Além de destacar a força do agronegócio brasileiro, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lucio Damália, cobrou do governo federal o fim das ocupações de propriedades particulares e disse que o país precisa acabar com a insegurança jurídica e com a “indústrias das invasões”.

A exemplo de Reinaldo Azambuja, o ruralista rechaçou a palavra crise em seu setor e disse que o agronegócio aproveita o momento “para continuar crescendo, alimentando o Brasil e garantindo o superávit da balança comercial”.

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