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Economia

Risco de geada deixa produtores de milho safrinha em alerta no Sul do MS

Bruno Chaves | 29/05/2014 10:43
Ferramenta online da Embrapa Agropecuária Oeste auxilia produtores da região Sul no conhecimento das condições climáticas (Imagem: Reprodução/Embrapa)
Ferramenta online da Embrapa Agropecuária Oeste auxilia produtores da região Sul no conhecimento das condições climáticas (Imagem: Reprodução/Embrapa)

Produtores rurais do Sul de Mato Grosso do Sul estão preocupados com a frente fria que atinge o Estado desde a última semana. A probabilidade de formação de geadas deixa o segmento em alerta para a possível perda nas lavouras de milho safrinha.

O fenômeno climático aflige porque pode destruir a plantação. Em casos de geadas, a perda nas lavouras podem ocorrer em vários níveis, dependendo do estágio de plantio da cultura. Se o milho estiver na fase de desenvolvimento, florescendo, os danos podem ser maiores.

“Depois que os grãos estiverem endurecidos, não tem mais perigo. Caso contrário, o milho é muito sensível a geada”, explicou o agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Ricardo Fietz.

Até o momento, Fietz afirmou que não foram observadas perdas na produção de milho safrinha no Sul do Estado, mesmo com as baixas temperaturas marcadas pelos termômetros nos últimos dias.

“A mínima registrada no Sul foi ontem (28), de 4,9ºC em Dourados e de 4,6ºC em Itaquiraí. Para ocorrer geada, é necessário que a temperatura caia para menos de 4ºC. Essa é uma indicação”, explicou.

Ferramenta da Embrapa Agropecuária Oeste, a Estação Guia Clima, que pode ser acessada pelo site www.cpao.embrapa.br/clima, monitora as condições climáticas da região do município e serve de auxílio aos produtores.

“Anteontem (27), os acessos a ferramenta saltaram para mais de mil. Isso mostra a preocupação do produtor do milho safrinha”, comentou.

Por enquanto, os produtores da região ganham um tempo de folga, uma vez que, conforme o agrometeorologista, a tendência é que a frente fria se dissipe depois de duas noites registrando temperaturas mais baixas.

“O produtor do Estado já está em alerta quanto as condições do tempo e ainda tem o zoneamento agrícola, que pede que o milho não seja sameado após 10 de março, porque depois desse período tem mais rico de acontecer geadas antes da colheita”, disse.

“Os milhos semeados na segunda quinzena de fevereiro estão saindo da fase crítica, estão indo para a reta final. Depende da época da semeadura, o produtor fica de cabelo em pé com a possibilidade de geada. Risco sempre tem, já que uns plantam atrasado e fora da época”, emendou.

Estatística da Embrapa Agropecuária Oeste revela que em maio dificilmente ocorrem geadas na região de Dourados. “Foram seis registros em 35 anos”, afirmou Fietz. Entretanto, nos meses de junho e julho essa possibilidade aumenta.

Mais de 80% da área total de milho safrinha é cultivada na região Sul do Estado, contou o agrometeorologista. Só no ano passado, foram 1,4 milhão de hectares. A estimativa é de que esse ano a área plantada salte para 1,5 milhão de hectares.

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