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Economia

Setor de carne em MS reage com cautela à redução parcial de tarifas dos EUA

Mesmo com pequeno recuo, sindicato aponta que ainda falta clareza sobre a cobrança dos 40% extras

Por Kamila Alcântara | 14/11/2025 18:44
Setor de carne em MS reage com cautela à redução parcial de tarifas dos EUA
Instalação industrial para o abate de animais e processamento da carne (Foto: Acrissul)

A decisão do governo dos Estados Unidos de retirar parte das tarifas impostas a produtos agrícolas brasileiros ainda não trouxe alívio imediato para um dos setores mais afetados pela medida: a indústria da carne bovina. O alerta é do Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), que considera “prematuro” falar em redução de danos.

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O governo dos Estados Unidos anunciou a retirada parcial de tarifas impostas a produtos agrícolas brasileiros, incluindo a carne bovina. No entanto, o Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul) mantém cautela quanto aos benefícios imediatos da medida. A decisão, anunciada pela Casa Branca, remove a tarifa recíproca de 10%, mas mantém incertezas sobre a sobretaxa adicional de 40%. Em Mato Grosso do Sul, onde a carne bovina é crucial para as exportações, o impacto permanece indefinido, com Campo Grande registrando queda de US$ 36 milhões no comércio exterior este trimestre.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (14) pela Casa Branca, que publicou decreto do presidente Donald Trump isentando itens como café, chá, frutas tropicais, cacau, bananas, laranjas, tomates, especiarias, fertilizantes e carne bovina das chamadas tarifas recíprocas, fixadas em abril.

Na época, Trump anunciou um tarifaço global contra diversos países, incluindo o Brasil, com uma taxa de 10%, além de sobretaxas que, no caso brasileiro, elevaram o peso total para 50% (10% da tarifa recíproca, somado a 40% adicionais). Esse conjunto vem afetando as exportações brasileiras há meses.

Em Mato Grosso do Sul, o recuo americano chega em um momento sensível. Entre os municípios que registraram perdas no comércio exterior neste trimestre está Campo Grande, com queda de US$ 36 milhões, segundo dados oficiais. A carne bovina é uma das principais responsáveis pela pauta exportadora do Estado.

Procurado pelo Campo Grande News, o vice-presidente do Sincadems, Alberto Sérgio Capucci, destacou que o impacto da medida é incerto e que a indústria local ainda não tem clareza sobre o alcance do decreto.

“Ainda é muito cedo para a gente saber com certeza. Ainda tem algumas coisas que não estão muito esclarecidas, só a taxa recíproca de 10%. A taxa que ele pôs foi de 50%. Esses 10 eram da taxa recíproca. Ainda não vai resolver muita coisa, precisa de mais um tempo”, disse.

Na avaliação do setor, enquanto não houver detalhamento sobre quais tarifas caem exatamente e como ficará a sobretaxa de 40%, não é possível medir o efeito real para a indústria sul-mato-grossense.

O próprio MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) informou que ainda avalia a ordem executiva assinada por Trump.

*Matéria com informações da Agência Brasil.

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