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Meio Ambiente

MS reforça políticas de sustentabilidade e adere ao selo verde europeu na COP30

As apresentações do Estado na Conferência da ONU tiveram como base o programa MS Carbono Neutro

Por Jhefferson Gamarra | 14/11/2025 16:25
MS reforça políticas de sustentabilidade e adere ao selo verde europeu na COP30
Governador Eduardo Riedel (PP) durante apresentação na COP (Foto: Guilherme Lemos/Embrapa)

O Governo de Mato Grosso do Sul apresentou, na COP30, em Belém (PA), um balanço de suas políticas ambientais e reforçou a estratégia de desenvolvimento sustentável que vem sendo construída no Estado. Durante a conferência, o governador Eduardo Riedel (PP) formalizou a adesão ao selo verde da União Europeia, ampliou o diálogo com mercados internacionais e detalhou ações que colocam Mato Grosso do Sul entre as principais referências climáticas do país.

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O Governo de Mato Grosso do Sul apresentou seu balanço de políticas ambientais na COP30, em Belém, formalizando a adesão ao selo verde da União Europeia. O governador Eduardo Riedel destacou a importância da iniciativa para garantir rastreabilidade e credibilidade dos produtos locais no mercado internacional. O estado, que possui 27% de seu território no Pantanal, registrou a maior redução de emissões agropecuárias do país, com queda de 51% entre 2006 e 2022. Com 94% de matriz energética renovável, MS planeja criar seu mercado de carbono estadual em janeiro e já implementou a Lei do Pantanal, estabelecendo regras de uso econômico e conservação do bioma.

A iniciativa do selo verde, desenvolvida pela União Europeia em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), foi anunciada como novo compromisso do Estado para ampliar a rastreabilidade e a credibilidade dos produtos locais no mercado estrangeiro. “Nós vamos garantir aos mercados europeus que a gente tem origem e procedência da nossa produção. É um acordo a partir das nossas próprias bases de produção e com garantia de manutenção do nosso mercado à comunidade europeia", destacou Riedel.

O governador reforçou que a participação do Estado na conferência mantém o foco na consolidação da imagem de um território que alia preservação, inovação e competitividade. "Finalizamos com um sentimento positivo em relação ao que Mato Grosso do Sul tem mostrado ao mundo, e tenho certeza que isso vai permanecer na diretriz de produzir com sustentabilidade, como a gente sempre fez. Agora demonstramos isso de maneira mais enfática para os mercados globais”.

As apresentações de Mato Grosso do Sul na COP30 tiveram como base o programa MS Carbono Neutro, política pública que orienta ações para que o Estado alcance a neutralidade de emissões até 2030. Com 27% de seu território composto pelo Pantanal, que mantém 84% da vegetação preservada, 63% pelo Cerrado e 10% pela Mata Atlântica, o Estado registra a maior redução de emissões agropecuárias do país, com queda de 51% entre 2006 e 2022.

Além disso, 94% da matriz energética sul-mato-grossense é renovável, o que reforça a convergência entre metas climáticas e modelo de desenvolvimento.

Riedel destacou que a COP30 serviu para reforçar essa imagem perante o mercado global. “Falamos sobre o Mato Grosso do Sul, mostramos a nossa diretriz e rumo. Tivemos a oportunidade de mostrar para o mundo que a nossa agricultura é muito mais sustentável do que se fala muitas vezes nos mercados consumidores, nos grandes mercados, seja a Ásia, Europa ou os Estados Unidos”.

MS reforça políticas de sustentabilidade e adere ao selo verde europeu na COP30
Governador Eduardo Riedel em conversa com o ministro Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (Foto: Guilherme Lemos/Embrapa)

Nos espaços de discussão como os da FNP (Frente Nacional de Prefeitos), da Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente) e da Agrizone da Embrapa, o Estado apresentou dados, políticas e resultados ligados ao uso sustentável do solo, logística reversa e expansão das fontes renováveis.

O secretário Jaime Verruck ressaltou a visibilidade das iniciativas empresariais alinhadas à sustentabilidade. “Aqui na COP30 está muito evidente a discussão de economia circular. MS teve três empresas que foram selecionadas mostrando as práticas de referência, as chamadas boas práticas. Parabéns a Federação da Indústria Sul-mato-grossense que está na COP mostrando que pratica a economia circular, a sustentabilidade”.

Entre os anúncios mais relevantes está a criação do mercado de carbono estadual, prevista para janeiro. O mecanismo será lançado por meio de chamamento público voltado ao REDD jurisdicional e deve atrair investimentos privados destinados a comunidades indígenas, ribeirinhas, produtores rurais e projetos municipais de preservação.

Outro pilar apresentado foi a Lei do Pantanal, elaborada com participação de órgãos estaduais e representantes da sociedade. A legislação estabelece regras de uso econômico e conservação do bioma e institui o Fundo Clima Pantanal, financiando quem mantém áreas naturais conservadas, como produtores rurais e comunidades tradicionais.

Mesmo com o retorno do governador, a equipe de Mato Grosso do Sul segue na COP30, com agenda de diálogos e apresentações sobre projetos já implementados. Segundo o governo, o objetivo é aprofundar parcerias, atrair investimentos e reforçar a posição do Estado como liderança nacional em políticas climáticas.

O conjunto de iniciativas reforça a estratégia de desenvolvimento baseada na integração entre preservação ambiental, inclusão social, crescimento econômico e segurança alimentar, combinação descrita pela Embrapa como uma “revolução silenciosa”.