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Arquitetura

A uma semana da abertura, mostra tem até sala de vídeo dentro de piscina

Paula Maciulevicius | 31/10/2013 09:33
Spa foi montado dentro da piscina do clube. (Fotos: Cleber Gellio)
Spa foi montado dentro da piscina do clube. (Fotos: Cleber Gellio)

A área de lazer do Rádio Clube Cidade virou spa e o bar vai ganhar painéis com a história do Instituto de Arquitetura do Brasil. Os traços da sustentabilidade e brasilidade, principais conceitos da mostra “Morar mais por menos”, ficam evidentes na piscina e no espaço que antecede o salão. Onde funcionava o administrativo do clube, as salas viraram quartos do artista, da blogueira e o espaço de leitura, com o toque lúdico do grafite de Guto Naveira.

Na quinta-feira da próxima semana, a mostrar “Morar mais por menos” abre as portas mostrando os conceitos de sustentabilidade, inclusão social, brasilidade, customização, vendas, tecnologia e inovação com a ideia de apresentar ambientes bem projetados por um valor acessível, com alternativas mais baratas.

Em exposição, o trabalho dos arquitetos e ideias de decoração que podem ser adaptadas em casa. Em meio à água, o arquiteto Jamil Paroschi trabalhou um spa feito de paletes de madeira, unindo sala de vídeo e ofurô. Projetos desenvolvidos por Jamil em lofts e que podem muito bem ser adaptados dentro de quartos, explica.

A escolha pela piscina foi para integrar madeira, paisagismo, com as flores que vão formar todo entorno, e água. “A sala de vídeo pode estar unida ao spa e torná-lo aconchegante”, explica o arquiteto. Além do ofurô, o espaço vai contar com rede e um grande sofá. Todo entorno receberá flores e uma tela de cinema.

O deck, que é a base de toda estrutura, tem um leve declínio e no fundo, vai manter água para dar opção refrescante a quem quer tomar sol.

No teto de choperia, tecidos de juta, caixas de ovos e garrafas retiradas do lixo compõem a decoração.
No teto de choperia, tecidos de juta, caixas de ovos e garrafas retiradas do lixo compõem a decoração.

Já o espaço entre a piscina e o salão virou choperia. O projeto é assinado pelos arquitetos Octávio Loureiro, Adriana Tannus e Carlos Lucas Mali, vai colocar nos pilares, textos que contam a história do IAB (Instituto de Arquitetura do Brasil). Pelo corredor, painéis com fotos desde a criação, na década de 1920 e mesas e cadeiras coloridas.

O teto foi feito de caixa de ovos, embalagens que custaram R$ 0,10. “Nunca esquecendo o conceito da sustentabilidade, a caixa de ovos no forro funciona muito bem como acústica”, completa.

As luminárias são a base de garrafas de licor, recolhidas do lixo. Já os lustres das laterais são do próprio clube e foram reutilizados. As paredes ganharam coberturas de cipó vindo da Bahia e tecidos de juta, mais um toque bem brasileiro ao projeto. “O bar em amarelo, lembrando a cor da tulipa de chopp”, detalhou o arquiteto Octávio.

Grafite de Guto Naveira estampa espaço leitura.
Grafite de Guto Naveira estampa espaço leitura.

O espaço de leitura, também projetado por Jamil Paroschi valoriza o grafite, trabalho de Guto Naveira. A personagem central é chamada ‘Vaquinha’, protagonista de um dos livros infantis da editora Alvorada.

Os 54 espaços não estão prontos mas já dá para adiantar que ali está um dos mais aconchegantes. Duas paredes ganharam árvores e pássaros, no entanto, quem dará o toque final é público.

“Crianças e adultos também podem desenhar, escrever, preencher. Aqui vou colocar um pote com livros e um arco-íris. No fim dele não tem um pote de ouro? Aqui o ouro são os livros”, complementa Jamil.

Um dos cômodos temáticos leva o nome quarto do Artista, projetado pelo arquiteto Rafael Abuchahla. Ambiente atrelado a proposta da mostra, com um detalhe do ‘faça você mesmo’.

“Está bem relacionado com a economia da mão-de-obra e o tema brasilidade, o piso é muito comum no interior do Estado, de cimento, na cor bruta dele”, descreve.

Quarto do artista ganha cor e parede de tijolos com a proposta 'faça você mesmo'.
Quarto do artista ganha cor e parede de tijolos com a proposta 'faça você mesmo'.

A parede esquerda é toda trabalhada em tijolos e custa em média, R$ 360. A iluminação do quarto é barata e flexível. Para isso o arquiteto usou eletrocalha, que possibilidade até modelar a luz, conforme a altura e no espaço em que deseja.

Uma das paredes é revestida com resto de granito, que conforme a iluminação dá um brilho diferente. E como o nome é quarto do artista, a cama vai dividir o espaço com o ateliê. Na parede, a ideia de caixotes de plástico removíveis, para que quando desocupados, sejam retirados deixando a parede lisa e livre.

“Arte, música, pintura, o quarto mescla tudo isso”, define Rafael.

A “Morar mais por menos” abre no próximo dia 7, no Rádio Clube Cidade, na esquina das ruas Padre João Crippa e Barão do Rio Branco. O valor da entrada é de R$ 20.

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