Cenário de muitos bailes, prédio do Via Park Club é demolido
Prédio estava fechado e abandonado na avenida Mato Grosso há anos, mas hoje foi demolido de vez

Por seis anos, o letreiro resistiu ao tempo, pendurado na fachada de um prédio já silencioso, como se ainda ecoasse os sons dos bailes que um dia agitaram a Avenida Mato Grosso. Mas agora, nem isso resta. Nesta quarta-feira (30), o prédio que abrigou o icônico Via Park Club foi demolido, encerrando de vez um dos capítulos mais marcantes dos bailes de Campo Grande. É o fim de uma era.
A casa de shows fechou as portas em 2018, após 25 anos de história, deixando saudade em quem frequentava os salões lotados ao som de xote, chamamé, vanerão e bolero. À época, o encerramento das atividades ocorreu por ordem judicial, resultado de um processo de despejo por falta de pagamento de aluguéis e IPTU. O imóvel, de 2.817 m², na esquina da Avenida Mato Grosso com a Avenida Hiroshima, próximo ao Parque dos Poderes, já havia sido vendido em 2015 para uma imobiliária, o que pegou de surpresa o empresário e sócio-proprietário da casa, Mário Montalbano.
“Estou despedaçado. Vou sentir muitas saudades”, disse Mário no ano do fechamento, em tom de lamento. Segundo ele, a crise econômica da época dificultou os pagamentos, e a venda da área aconteceu sem possibilidade de negociação.

Durante sua trajetória, o Via Park Club foi ponto de encontro de públicos diversos, com noites que reuniam mais de 700 pessoas embaladas pela música ao vivo até as 4h da madrugada. Nos últimos anos antes do fechamento definitivo, Mário chegou a se reinventar: abriu espaço para novos estilos musicais, como o rock e o rap, atraindo uma geração mais jovem. Em 2018, a casa chegou a lotar ao receber o rapper Baco Exu do Blues, mostrando que a força do espaço ainda resistia, mesmo nos momentos finais.
Hoje, com o terreno vazio, resta apenas a lembrança de tudo o que foi vivido ali, de danças apaixonadas, encontros e de gente animada que fez do Via Park Club uma das casas mais tradicionais de Campo Grande. No lugar do antigo clube, segundo Mário já antecipava naquela época, deveria ser erguido um hotel, fruto de um grupo empresarial que adquiriu a área.
Mas hoje, no local, trabalhadores disseram à reportagem que o espaço vai abrigar uma agência da Porsche, com venda de veículos e pós-venda.
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