DJs de Bonito se Unem para fortalecer cena eletrônica da cidade
Coletivo de artistas conquistou espaço até no Festival de Inverno da cidade turística
Conhecida mundialmente pelas belezas naturais, Bonito vem ganhando espaço também para a música eletrônica. Para não deixar a arte morrer e conquistar reconhecimento, DJs da cidade se organizaram em um coletivo que hoje reúne artistas da cidade. A mobilização deu tão certo que eles conseguiram incluir apresentações de DJs no palco do Festival de Inverno de Bonito, o maior evento cultural do município.
RESUMO
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DJ e produtor cultural, Fabrício Ceccotti é um dos nomes à frente da iniciativa. Ele conta que o contato com a música eletrônica começou cedo, em 2002, quando ainda adolescente “invadiu” uma festa e se encantou com o som. Depois de anos produzindo eventos em São Paulo, ele se mudou para Bonito em 2019.
“Quando cheguei aqui não tinha nenhuma festa de música eletrônica. No máximo uma no réveillon, mas era um evento elitizado, que não valorizava os artistas locais. Os DJs, os músicos e até os funcionários vinham todos de fora”, lembra.
Em 2021, a cena começou a ganhar corpo. “Eu tinha os equipamentos, um amigo tinha o pub, e começamos a tocar de forma informal. O público foi gostando, apareceram novos DJs e decidimos formalizar o coletivo. Desde então, já passaram mais de 40 artistas pelos nossos eventos”, conta Fabrício.
O coletivo realiza, em média, quatro festas por ano. Além de dar palco para DJs locais, os eventos também abrem espaço para artistas de outras linguagens, como dança tribal, pirofagia e malabares. “A ideia sempre foi somar toda a cultura que envolve a música eletrônica”, explica.
Essa movimentação chamou a atenção das autoridades locais e, em 2022, os DJs conquistaram algo inédito: um palco exclusivo no Festival de Inverno de Bonito. “Foi a primeira vez que a música eletrônica entrou na programação oficial. Tocamos de meio-dia às duas da manhã. O público adorou e a visibilidade foi enorme”, relembra.
Apesar de desafios, como limitações de horário e até uma recomendação do Ministério Público que em 2024 impediu a realização de shows eletrônicos no espaço, o grupo não desanimou. Neste ano, voltaram com um novo formato no balneário da cidade. “Foi melhor do que eu esperava. Muita gente que dizia não gostar de música eletrônica saiu de lá encantada”, comemora.
Hoje, o coletivo conta com oito DJs ativos em Bonito, mas o impacto já ultrapassa os limites da cidade. “Dois DJs que começaram com a gente vivem de música em Campinas e Ubatuba. Isso mostra como o movimento abriu caminhos que antes não existiam”, afirma Fabrício.
Ele reforça que manter a cena viva exige adaptação. Em vez de festas segmentadas por estilo, o grupo aprendeu a misturar gêneros como techno, trance e house em line-ups progressivos, agradando tanto turistas quanto moradores. “Aqui tivemos que reaprender a fazer festa. E talvez esse seja o segredo: diversidade, união e resistência”, finaliza.
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