Morre Bolinho, pioneiro do hip-hop em Campo Grande, aos 57 anos
Rapper, que também era bombeiro militar, deixou legado na cena musical
Fundador do Falange da Rima e eterno profeta da quebrada, Wilson Rodolfo Ferreira, conhecido como Bolinho, morreu aos 57 anos nesta sexta-feira (11), em Campo Grande. A causa da morte não foi divulgada à imprensa. Considerado um dos principais nomes do hip-hop sul-mato-grossense, Bolinho teve papel central na formação da cena local desde os anos 1980.
Bolinho começou a dançar em 1983 e, no ano seguinte, integrou o grupo Perfect Break, em Campo Grande. Ele frequentava festas como a Flight Night, no Círculo Militar, e a danceteria Fire Point, onde se reunia com outros dançarinos. Era reconhecido como integrante da chamada geração “old school”, com forte atuação nos quatro elementos do hip-hop: break, graffiti, DJ e MC.
Além da trajetória artística, Bolinho era uma referência no movimento por destacar a importância do conhecimento e da valorização da história da cultura hip-hop. Em entrevista, ele afirmou: “Falta um pouco de conhecimento e valorização daqueles que lá no começo quebraram as pedras para fazer o asfalto de hoje”.
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul publicou nota de pesar, classificando Bolinho como “um dos grandes pioneiros da cultura hip-hop no estado” e destacando que sua história “se confunde com a trajetória do hip-hop sul-mato-grossense”.
O rapper Índio do Brasil, amigo e parceiro musical, também se manifestou: “Bolinho foi mais que um artista, foi um dos pioneiros, um guerreiro que carregou a cultura nas veias. Sua voz, suas rimas e sua paixão pelo movimento ficarão para sempre na história”.
Fora dos holofotes, Bolinho atuava como sargento Rodolfo no Corpo de Bombeiros Militar de Campo Grande. Em nota, a corporação destacou os mais de 30 anos na profissão. "Luto na segurança pública. Sargento Rodolfo, da turma de 1989, dedicou mais de 30 anos à defesa da comunidade. Nossos sentimentos aos familiares e amigos. Descanse em paz, nobre veterano bombeiro militar.
O velório ocorre neste sábado (12), das 7h às 15h30, na capela Pax Universo, na Rua 13 de Maio, 3.611, no Centro de Campo Grande. O sepultamento será às 16h30 no Cemitério Jardim da Paz, localizado na BR-060, saída para Sidrolândia.
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