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Artes

Morre "Cida do Picolé", matriarca e fundadora da Unidos do Cruzeiro

Aparecida Gomes da Silva, figura histórica do samba, deixa legado de amor e resistência na comunidade

Por Jhefferson Gamarra | 29/12/2024 12:17
Cida durante entrevista ao Campo Grande News em 2019 (Foto: Paulo Francis)
Cida durante entrevista ao Campo Grande News em 2019 (Foto: Paulo Francis)

A escola de samba Unidos do Bairro Cruzeiro está de luto. Morreu neste sábado (29), aos 73 anos, Aparecida Gomes da Silva, a “Cida do Picolé”, fundadora e matriarca da agremiação. A causa da morte não foi divulgada.

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A escola de samba Unidos do Bairro Cruzeiro está de luto pela morte de Aparecida Gomes da Silva, conhecida como "Cida do Picolé", aos 73 anos. Fundadora e matriarca da agremiação, Cida foi uma importante embaixadora do samba em Campo Grande, onde, junto com seu marido, fundou a escola em 1981. Ela desfilou como porta-bandeira por 17 anos e, mesmo após problemas de saúde, continuou contribuindo para a escola. Sua dedicação e legado permanecem vivos na memória de todos os amantes do samba, e seu velório ocorre no Centro Comunitário do bairro Estrela do Sul, com sepultamento programado para às 16h no cemitério do Cruzeiro.

Cida do Picolé é lembrada como uma das grandes embaixadoras do samba em Campo Grande. Ao lado do marido, João Renato Pereira Guedes, o Picolé, ela fundou o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Bairro Cruzeiro em 1º de maio de 1981. A escola se tornou uma das principais referências culturais do carnaval campo-grandense.

“Carnaval de Campo Grande está de luto. Despedimos da nossa querida embaixadora do samba Dona Cida do Picolé, a eterna porta-bandeira e primeira-dama do GRES Unidos do Cruzeiro. A sua história no samba, sua alegria, o amor e cuidado com a família ficarão marcados em nossa memória. A passarela do samba se despede”, publicou a Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande).

Porta-bandeira desde a fundação da escola, em 1981, Cida ocupou o posto por 17 anos. Desfilou até 1998, quando problemas de saúde a obrigaram a se afastar. “Eu fiquei 45 dias em uma cama e, no dia do Carnaval, levantei, calcei meu sapato de salto, vesti minha roupa de porta-bandeira e fui desfilar na 14 de julho. Quando cheguei à Maracaju, não aguentei mais. Larguei a bandeira, caí e me levaram para o hospital”, relatou Cida em entrevista ao Campo Grande News, em 2019.

Mesmo afastada da avenida, ela continuou participando ativamente da escola, acompanhando o trabalho das novas porta-bandeiras e colaborando na confecção de fantasias e adereços. Até recentemente, apesar de problemas nos ossos, Cida ajudava nos pequenos detalhes que mantinham viva a tradição da Unidos do Cruzeiro.

Cida do Picolé era um símbolo de resistência e dedicação. Seu legado permanecerá vivo na memória de familiares, amigos e de todos os amantes do samba. O velório da matriarca acontece desde a meia-noite deste domingo (29) no Centro Comunitário do bairro Estrela do Sul, na Rua Doutor Jivago, 800. O sepultamento está marcado para às 16h, no cemitério do Cruzeiro.

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