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Comportamento

Brasil ao contrário, "Lisarb" sofre na Copa e já foi culpada até pelo 7x1

Pai achou lindo batizar a filha com o nome do Brasil ao contrário e a garota virou amuleto do tio nos jogos

Ângela Kempfer | 18/11/2022 10:20
LIsarb em curso de maquiagem meteu um verde e amarelo nos olhos. (Foto: Arquivo Pessoal)
LIsarb em curso de maquiagem meteu um verde e amarelo nos olhos. (Foto: Arquivo Pessoal)

A menina nasceu e lá foi o pai inventar moda no cartório. A criança que deveria ser registrada como Ester ou Radassa voltou como Lisarb Nascimento na certidão. A mãe, pasma, reclamou e a explicação do pai, o eletricista João, surpreendeu: “É o mesmo que Brasil ao contrário, achei bonito”.

Hoje, aos 33 anos, é mais uma “história triste da menina que odeia Copa do Mundo”, porque acreditem, tem sim outro Lisarb no País, mas homem.

Na verdade, a nossa Lisarb diz que gosta do nome diferentão, por ter se acostumado com as piadinhas. “Na escola, me perguntavam o motivo e quando eu explicava só me chamavam de Brasil. Toda vez que acontecia alguma coisa eles gritavam ‘a culpa é da Brasil’. Cresci e fui trabalhar com vendas, aí continuou. Chegavam na loja querendo a vendedora Brasil”.

Mas os tempos de Copa do Mundo realmente foram traumatizantes para a menina que cresceu no Aero Rancho. “Meu tio me usava de chaveirinho (amuleto) e eu tinha de ver todos os jogos do lado dele. Se a Seleção ganhasse, saía correndo me arrastando pelo bairro e gritando meu nome”.

Mas o tio alucinado por futebol acabou se mudando para o Rio Grande do Sul e livrou Lisarb do constrangimento durante a Copa.

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Até 2014. "Eu passei a nem ligar mais para Copa do Mundo, até que o Brasil perdeu de 7 a 1 para Alemanha. Quando acabou o jogo, meu tio me ligou e perguntou aonde eu estava. Disse que estava no shopping e que nem tinha visto o jogo. Aí ele começou a gritar que perdemos de 7 a 1 e que nunca mais era para eu fazer isso, ficar sem ver o jogo”, ri a sobrinha.

O tio levou o azar tão a sério que incumbiu um primo de Lisarb de garantir que este ano ela assista a todos os jogos da Copa.

A irmã teve a sorte de se chamar Késsia, mas Lisarb também ganhou apelidos mais fofos como Lila, Lis ou Lisa. Só o povo da sacanagem que segue a chamando de Brasil.

O nome, claro, influenciou na personalidade da menina. “Minha cor favorita é amarelo e tentei entrar para o Exército. Acho que tudo isso tem relação com o amor que eu criei pelo Brasil”, explica.

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