Desde 1991, bar de Ivo não aceita cartão e fecha só uma vez ao ano
Sem placa, sem PIX e com pinga curtida há 30 anos, bar de Ivo mantém tradição e freguesia fiel
Aberto em 1991, o bar de Ivo resiste. Com 34 anos de história, o boteco só não abre as portas na sexta-feira, dia sagrado em que o dono tira para fazer suas rezas. Também não aceita PIX, nem cartão. Pagamento é só em dinheiro vivo e fiado nem pensar, bem do jeito antigo de ser.
RESUMO
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O tradicional bar do seo Ivo, em Campo Grande, mantém-se fiel às suas origens desde 1991. Aos 85 anos, o proprietário Ivo Martinez Coelho preserva costumes como o pagamento apenas em dinheiro, fecha às sextas-feiras para suas orações e oferece uma extensa variedade de cachaças artesanais curtidas em raízes. Localizado na Rua Antônio Mena Gonçalves, o estabelecimento sem placa na fachada é conhecido pela sinuca a R$ 2 a partida e doses de pinga a R$ 3. O proprietário, que não pensa em se aposentar, mantém o bar aberto diariamente, exceto às sextas-feiras, das 7h30 ao meio-dia e das 14h30 às 19h.
Localizado na Rua Antônio Mena Gonçalves, o bar não tem placa na fachada, mas isso nunca foi problema para os fregueses que chegam atraídos pela variedade de pinga curtida na raiz, mesas de sinuca, e pela conversa boa que rola desde cedo.
Aos 85 anos, o corumbaense Ivo Martinez Coelho comanda o boteco com o mesmo ritmo desde o primeiro dia. Ele abre todos os dias da semana, das 7h30 ao meio-dia e depois das 14h30 às 19h. A única exceção é mesmo na Sexta-feira Santa, dia em que a porta fica fechada.
“Sou católico. Tenho meu oratório, acendo minha vela e converso com meu santo. Não preciso ir na igreja escutar conversa fiada”, brinca o dono, que se mudou para Campo Grande em 1964 e abriu o bar depois de uma vida no volante de caminhão e na fabricação de móveis.
O bar é simples, sem luxo, mas cheio de história, respeito e pinga boa. Na prateleira, são dezenas de garrafas de pingas curtidas nas raízes, verdadeiras relíquias preparadas por ele mesmo.
Tem de anis, carqueja, cancorosa, cravo, amburana, fedegoso, canela, sucupira, nó-de-cachorro e maleitoso. A mais antiga na prateleira está curtindo há quase 30 anos, e ainda hoje é uma das mais pedidas.
“Quase todo mundo aqui bebe raiz. É o que mais sai”, conta Ivo. A dose de pinga sai a R$ 3, e a partida de sinuca, a R$ 2.
“Aqui a porta está sempre aberta. E acho que o segredo de estar aberto até hoje é que aqui todo mundo é respeitado. Só não aceito maloqueiro”, adverte.
Há mais de três décadas, o bar de Ivo segue firme. Segundo ele, dos cinco filhos que tem, nenhum se prontificou a dar continuidade ao negócio. Justamente por isso, ele diz que não pensa em parar, mesmo aos 85 anos. “Vou ficar aqui até desligar, até quando Deus me levar. Isso aqui é minha rotina", finaliza.
O bar do Ivo fica na Rua Antônio Mena Gonçalves, 178, no Jardim Cruzeiro.
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