De saco cheio de músicas repetidas, casal cria desenho para filha cantar

De saco cheio de ouvir sempre as mesmas músicas infantis e cansados de não achar novos conteúdos voltados às crianças na internet, Adriany Sandy Soares de Amorim, 28 anos, e o marido, Jaideson Renato Matsumoto Muniz, 29, decidiram transformar a filha em um personagem de animação e criar para ela um desenho para chamar, literalmente, de seu.

Os vídeos curtos foram postados no YouTube e, em pouco mais de um mês, já ultrapassaram 50 mil visualizações. O casal fez as próprias canções, que falam sobre os desafios da infância e a relação entre pais e filhos pequenos.

A ideia foi criar conteúdos leves e educativos, que estimulem as crianças a pensar. As histórias do canal são inspiradas nas situações que a própria Jade, de 2 anos, enfrenta, como aprender a dormir sozinha, dividir brinquedos, lidar com a raiva ou enfrentar o medo do novo.

Os dois usaram o auxílio da IA (Inteligência Artificial) e do Photoshop para criar personagens inspirados em pessoas reais da vida da filha. O projeto 'Jadoquinha Kids' é uma homenagem à única filha do casal e a um dos  inúmeros apelidos dela.

Segundo a mãe, outro motivo para iniciar o projeto foram letras de músicas que não são voltadas às crianças, mas que elas acabam ouvindo.

“Apesar de haver muitas músicas infantis boas, gostaríamos de ter algumas com o nosso 'tempero'. Esse é um dos pontos que nos incentivaram a criar o canal, fazer músicas que gostaríamos de ouvir e que nossa filha goste também. A Jade ama ver os vídeos, ela conhece todas as músicas de cor, sempre pede para repetir todos os vídeos e até dança.”

Tanto Adriany quanto Jaideson são designers gráficos autônomos e contam que seis dos 19 vídeos foram testes feitos de forma genérica. Depois, a figura da Jade começou a aparecer nas histórias.

“Os vídeos são muito baseados nas dificuldades que temos na criação. Também fazemos vídeos com situações marcantes que já passamos, como a primeira viagem da Jade à praia, que foi Bombinhas, em Santa Catarina. Futuramente pretendemos gravar com cenários de Campo Grande também.”

Um dos vídeos mais significativos para a mãe foi o último, que segundo ela foi mais emotivo e reflexivo. Nele, os pais falam sobre o quanto as crianças devem valorizar a infância, dizem em tom lúdico que ela foi feita para brincar e que essa fase vai passar.

"Os primeiros não tínhamos investido. Como vimos que ficaram bacanas e sentimos a necessidade de elevar a qualidade, a partir do sétimo vídeo investimos mais. Hoje temos pelo menos cinco ferramentas que usamos.”

Entre os conteúdos mais vistos estão o que ensina a não bater nos pais ou coleguinhas e o do cabelo maluco. O foco dos vídeos são crianças de 2 a 5 anos, mas ela afirma que qualquer idade pode assistir.

“Tem vários personagens, mas sempre colocamos três principais em quase todos os vídeos: a prima Aurora, o primo Benjamin e a  própria Jade.”

Outro detalhe é que alguns vídeos são homenagens reais. O do cachorrinho Marrom e o do gato  chamado Pretinho são sobre animais de estimação que realmente existiram na vida da família, mas que já não estão vivos.

“Colocamos nosso coração nessas músicas. Já fizemos algumas educativas sobre palavrinhas mágicas, como por favor, desculpas e obrigada, sobre fazer cocô no vaso, hora do passeio, higiene, escovar os dentes e o nome das cores.”

Ela explica que os modelos e imagens são construídos com a IA, mas que eles alteram os detalhes no Photoshop, principalmente nos personagens. “Facilita bastante, porém o trabalho ainda é grande. Toda a edição é feita manualmente, e as IAs costumam errar bastante, então precisamos fazer várias versões até acertar.”

Confira a galeria de imagens:

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