Fim da noitada? Festas de manhã são tendência que "pegou"

Sol no rosto, café na mão de alguns e Aperol na de outros. Ali, o objetivo era trazer a balada para o café da manhã. Quem apostou nas chamadas “morning party”, ou festa de manhã, aprovou a alternativa neste sábado (9). Será o fim da noitada? Quem compareceu à festa às 10h afirma que isso é tendência que chegou para ficar. O horário também agradou quem não quer deixar de socializar com os amigos, mas não abre mão de uma boa noite de sono.

O estilo já é tendência em grandes cidades do mundo e tem ganhado força no país há algum tempo. Agora, ele chegou mais uma vez à Capital sul-mato-grossense, na 2ª edição do Bada Brunch. Tem gente que até reclama e fala que a cidade não é aberta para isso, mas, para aqueles que gostam de uma modinha, a festa foi bem recebida.

A advogada Juliana Rolon, de 27 anos, participou pela primeira vez e gostou. “Acredito que é uma proposta legal para as pessoas aproveitarem o dia e começarem bem, oportunidades de integração que não seja de madrugada. Campo Grande tem público que se interessa. Aliás, quem gosta desse estilo precisa viajar só para ir às festas assim em outras cidades. Minha família é do Rio e lá tem. Quando vou, prefiro tomar café, não sou muito de bebida. Prefiro o café ou um frapê. Eu gosto de ver a luz do dia, pagode de tarde.”

Para a ela, o dress code (“roupa adequada”) é um misto do usado à noite, mas de maneira mais suave. “Eu acho que tem que ter personalidade durante o dia. Não é o look noturno, mas tem que ter. É mais despojado, com classe. Óculos não podem faltar”.

Já a proponente cultural Gabriela Pache, de 32 anos, vê o formato como tendência e comenta que adora o estilo.

“Eu acho superválido, uma tendência superforte. Vejo muito isso em São Paulo. A gente que está um pouquinho mais velho acordar sem ressaca no outro dia é excelente. Tudo é cultura. O campo-grandense precisa ser ensinado, mas acho que a gente consome coisas diferentes.”

Para ela, as críticas vêm de pessoas que não são o público-alvo das festas matinais. “Para mim é um ótimo horário, a gente vê o céu e ele aqui é lindo. Eu bebo, amo vinho e amo bebida em geral. Nada melhor que uma mimosa e uma champanhe para começar o dia.”

Ela acrescenta que as pessoas se vestem bem, se arrumam de fato para uma festa, porém sem tanto brilho como à noite. “As pessoas são sempre muito bem-arrumadas. Fico no meio-termo entre café e uma festa: elas se arrumam, vão bonitas. Elas estão ali preparadas para comer uma boa comida, conhecer pessoas.”

Outro ponto levantado por Gabriela é que o horário é perfeito para as mamães curtirem sem preocupação. A amiga, Alexya Sanches, de 26 anos, também conheceu a festa de manhã e aprovou.

“Primeira vez que eu venho. Tomei café, iniciei leve em um cafezinho, água. Para mim é bem melhor que a noite. Todo mundo reclama que Campo Grande não tem o que fazer, mas não dá chance para algo novo. Para quem tem filho é maravilhoso, uma proposta diferente, porque dá para acordar cedo, se arrumar, não precisa sair altas horas da noite e se desgastar. Isso é muita tendência das novas gerações, que priorizam a saúde, leitura, tomar café, o mundo fitness. Eles até bebem menos. Você vê isso refletido nesses eventos matutinos.”

Jaqueline Laport, de 30 anos, escolheu o evento para comemorar o aniversário da sogra. “Ela ficou superfeliz, achou gostoso. Eu mesma achei muito agradável. Acho que é uma moda que pode pegar aqui e seria muito bom para a gente. Eu sou mãe e achei fantástico. Nossa rotina não permite um horário esticado. No almoço a gente consegue aproveitar, ter um momento divertido e ainda ter o nosso pequeno junto".

Alegre com a novidade, Jaqueline comenta que o café foi diferenciado neste sábado. "A intenção era um pretinho, mas foi um Aperol mesmo. Eu acho que tem espaço para todos e as pessoas precisam se adaptar aos novos tempos. Cada estilo cabe dentro da realidade de cada um.”

Para os organizadores, a resposta do público confirma que a proposta pode dar certo de fato, inclusive já pensam em novas edições. Arthur Bessa de Andrade, dono do Bada, diz que a ideia é trazer para a Capital sul-mato-grossense tendências diferentes.

“Campo Grande está precisando de um movimento diferente. São sempre as mesmas coisas e a gente traz essa tendência de fora, que está em São Paulo e Nova York, para Campo Grande, que é uma capital com cara de interior. A gente fez o primeiro e foi sucesso, e vão ter mais depois desse. Queremos fazer uma a cada trimestre. Sempre com uma pegada de DJ eletrônico, é uma pegada nossa, não tocamos sertanejo.”

A segunda edição do evento aconteceu na cafeteria Katarina Coffee & Tea. Giovana Gomes comenta que esse é o primeiro evento da empresa, que começou em Campo Grande há dois anos.

“A gente não imaginava que teria uma repercussão tão grande. O público tem sido mais positivo com isso. Campo Grande precisa de novidade. É bom para socializar e network logo de manhã. Unir o café com drinks é cada vez mais uma tendência. A vida noturna começa muito tarde e as pessoas estão cansadas. O movimento social mudou muito nos últimos cinco anos em relação a isso. As pessoas estão querendo ir para casa mais cedo, não querem deixar de comemorar, socializar e encontrar amigos, mas preferem que isso seja bom para a qualidade do sono também.”

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