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Comportamento

Paulo preserva história de Rio Verde com acervo de 15 mil fotos

O #TBT de hoje mostra um dos principais cartões-postais de Rio Verde

Por Clayton Neves | 22/05/2025 06:30
Paulo preserva história de Rio Verde com acervo de 15 mil fotos
Antes e depois de um dos principais cartões-postais de MS, Balneário Sete Quedas, em Rio Verde

Com um acervo de mais de 15 mil fotos digitalizadas e catalogadas, Paulo Sérgio Rodrigues, de 53 anos, constrói uma ponte entre o passado e o presente em Rio Verde de Mato Grosso, outro paraíso cheio de natureza em Mato Grosso do Sul. Servidor público e escritor, ele dedica boa parte da vida a impedir que a história do município desapareça com o tempo.

“Eu notei que aqui tinha muita coisa legal, mas que estava se perdendo. Então, resolvi fazer algo para ajudar”, lembra. Nascido em Jaraguari, Paulo morou em Costa Rica e Sete Quedas até chegar a Rio Verde, no ano de 1990.

Até hoje, ele mora na cidade que fez de lar. Autor de quatro livros, ele mantém um blog e perfis nas redes sociais voltados exclusivamente à memória de Rio Verde. Em uma das páginas, o alcance já passou de 6 milhões de acessos.

Paulo preserva história de Rio Verde com acervo de 15 mil fotos
Fotos que mostram as mudanças na estrada ao longo do tempo

São postagens com imagens antigas, relatos históricos, curiosidades e comparações do “antes e depois” que despertam emoções profundas. “Tem pessoas que se emocionam com as fotos. Gente que tinha 16 anos na época e hoje tem 60. Isso é muito legal, é um resgate da história”, conta.

O primeiro livro, lançado em 2022, História de Rio Verde – Cultura, Política, Costumes, Habitantes e seus Colonizadores, traz 209 páginas com conteúdos levantados em décadas de pesquisa.

“Eu pesquisei com fontes no governo federal e estadual, ouvi moradores e levantei arquivos da prefeitura e documentos cedidos por ex-prefeitos e moradores mais antigos”, relata.

Paulo preserva história de Rio Verde com acervo de 15 mil fotos
Prédio da antiga Prefeitura Municipal da cidade

De acordo com Paulo, o projeto que apresenta Rio Verde em todas as suas versões foi formulado primeiro para a internet. “Primeiro veio o blog. Eu vi que as pessoas estavam perdendo o interesse por livros e pensei em colocar a história na internet. Aí o pessoal foi gostando, recordando e comentando sobre o que era postado”, relembra.

Aos poucos, o auxiliar administrativo da prefeitura foi se firmando como o guardião da história do município, missão que carrega com orgulho, especialmente quando vê jovens descobrindo o passado e idosos reencontrando lembranças.

Na memória de Paulo, alguns episódios se destacam. Um deles é o auge turístico da Cachoeira Sete Quedas. “Bonito ainda nem era conhecido, e Rio Verde recebia caravanas do Brasil inteiro. Vinham 40, 50 ônibus para cá. Eu não sei por que isso se perdeu”, lamenta. Justamente por isso, o “antes e depois” da cachoeira é destaque nas redes e no livro.

Paulo preserva história de Rio Verde com acervo de 15 mil fotos
ruzamento das ruas Joaquim Murtinho e Porfírio Gonçalves entre no final dos anos 70. (Foto: Arquivo José de Oliveira Santos)

Outro ponto emblemático é o Morro do Padre, onde moradores e um padre construíram, com as próprias mãos, uma escadaria de ferro até o topo. Lá em cima, há uma pequena capela com vista de tirar o fôlego. “São 320 metros de altura”, detalha.

Paulo também resgata belezas pouco conhecidas, como o Rio Taquari Mirim, que fez parte da rota dos bandeirantes e guarda um cânion de até 30 metros de profundidade, esculpido por mãos humanas durante o garimpo. “Isso faz parte da história do Brasil. E muita gente daqui não conhece”, diz.

De segunda a sexta, Paulo continua na prefeitura como agente administrativo no setor de patrimônio. Mas, nas horas vagas, ele aproveita os arquivos antigos que encontra no dia a dia para ajudar a preservar a memória da cidade.

Paulo preserva história de Rio Verde com acervo de 15 mil fotos

“Eu fico orgulhoso desse trabalho. Até a Câmara Municipal me deu uma moção de congratulação. Levar tudo isso para as redes sociais é importante, porque, hoje em dia, muitos jovens não leem livros, mas eles veem a imagem, veem a história e começam a se interessar. E aí a memória da cidade não morre”, finaliza.

Enquanto o museu de Rio Verde ainda não sai do papel, o acervo vivo de Paulo cresce com lembranças, imagens e histórias que ele insiste em não deixar desaparecer.

Confira parte do acervo no blog notícias de Rio Verde (Clique aqui e acesse)

Confira a galeria de imagens:

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