Sem citar MS, documentário sobre Carlo Acutis lota sala de cinema

Apesar de não citar Mato Grosso do Sul, a pré-estreia do documentário “O Céu Não Pode Esperar” sobre Carlo Acutis, o santo que fez milagre em Campo Grande, lotou a sala de cinema reservada pela distribuidora da produção e pela Arquidiocese de Campo Grande. No longa-metragem, há detalhes sobre a vida do jovem e depoimentos sobre milagres.

Para celebrar a data de beatificação do santo, que ocorreu no dia 12 de outubro de 2020, o documentário entrará em cartaz uma semana após a data comemorativa. Conforme a Kolbe Arte, distribuidora do longa no Brasil, haverá sessões a partir do dia 19.

Na produção, a mãe de Carlo, Antônia, narra momentos da vida do santo sobre como era sua relação com a fé e com a igreja. De acordo com a matriarca, o filho passou a vida dedicado ao catolicismo e chegou a demonstrar interesse em se tornar padre.

Apresentado por ela como uma criança e adolescente comum, os diferenciais de Carlo era relacionados à forma com que tratava sua fé. A mãe narra no documentário uma preocupação do filho com a caridade, a relação com a eucaristia e um aparente saber de que morreria cedo.

Vítima de leucemia, Carlo faleceu aos 15 anos e, pouco tempo antes, havia gravado um vídeo falando que estava destinado a morrer. No documentário, Antônio explica que não sabia do registro e que só o encontrou após o falecimento do filho.

Mas, sobre a morte precoce, ela pontua que Carlo sempre comentou que seria jovem e que era necessário focar no presente. Além dos depoimentos da mãe, o longa também reúne falas sobre milagres relacionados ao santo, mas sem citar o de Campo Grande.

Entre as graças que são relacionadas a Acutis pelos fiéis está Juan Ignácio, um jovem espanhol que havia sido diagnosticado com câncer, mas que após o pedido de sua mãe pela intercessão de Carlo, os tumores teriam desaparecido. Outro depoimento é de Jose Luis Martines, que conta sobre sua internação por covid-19 e que após meses internado, recebeu a notícia de que as orações feitas por sua igreja e família haviam sido para Carlo.

Presidente dos Carlanes, o apostolado brasileiro de Carlo Acutis, Eduardo Redó comenta que mesmo sem possuir o milagre acontecido em Mato Grosso do Sul, o documentário é importante para quem possui uma relação com o santo.

“O milagre do Carlo que levou ele à beatificação aconteceu aqui, então é muito gratificante receber o filme que também é um material de divulgação e que ajuda nosso trabalho aqui em Mato Grosso do Sul. Apesar de ser italiano, ele está bastante presente aqui no Brasil”, explica Eduardo.

Sobre sua relação com o santo, Redó comenta que é da Paróquia São Sebastião, em que ocorreu o milagre, “quando cheguei ali já tive essa relação com o Carlo, acompanhei o movimento antes da beatificação e após o reconhecimento, a devoção ficou ainda mais firme”.

Arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas também participou da pré-estreia e pontuou que a presença de produções católicas nos cinemas tem sido cada vez mais importante. “Ano passado, nós trouxemos o filme sobre a Madre Teresa de Calcutá, vários outros já vieram, e acho muito bom que segmentos da igreja estejam investindo nessa área da comunicação. É uma área que esteve deixada de lado durante muito tempo por nós católicos e que agora ressurge”.

Entre o público geral, a radialista Thais Hickmann conta que fez questão de assistir à pré-estreia por também possuir uma relação com o santo. Frequentadora da Paróquia São Sebastião, ela explica que conheceu a família de Matheus, o menino que recebeu o milagre em Campo Grande, e acompanhou o processo de beatificação.

“O milagre foi mais uma demonstração de que Deus está nos vendo aqui, dessa proximidade com a gente. E é uma alegria podermos ver ao filme, ver a história do Carlo”.

Em relação à família de Matheus, que era frequentadora da paróquia, os organizadores informaram que todos se mudaram de Mato Grosso do Sul. Por isso, não participaram da pré-estreia em Campo Grande.

Relação com MS - Beatificado pela Igreja Católica em 2020, na Basílica de São Francisco em Assis, Carlo Acutis teve sua história entrelaçada com a de Matheus Viana, um menino diagnosticado com uma rara doença congênita aos 2 anos de idade, após um milagre comprovado em Campo Grande.

Após ter sido desenganada por médicos em relação à doença do filho, Luciana Lins começou a rezar para Carlo. Durante o dia 12 de outubro de 2013, a família e o menino aguardavam pela passagem do pedaço de roupa de Carlo na paróquia.

Nesse dia, Matheus se aproximou para tocar a relíquia e pediu para “parar de vomitar”. Em 2020, ao Campo Grande News, a mãe declarou que o pedido ter sido feito pelo próprio filho foi determinante para que ele fosse curado.

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