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Diversão

Campo-grandenses ficam divididos sobre shows na 75ª Expogrande

Nícholas Vasconcelos e Viviane Oliveira | 10/04/2013 16:11
Para Denis, enquanto a cidade não tiver um local para shows eles devem permanecer na Expogrande. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Para Denis, enquanto a cidade não tiver um local para shows eles devem permanecer na Expogrande. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Os campo-grandenses estão divididos sobre a realização dos shows na 75ª Expogrande, que começa nesta quinta-feira (11). A exposição foi incluída entre as oito festas que são exceção à Lei do Silêncio, que foi modificada pela Câmara de Vereadores e sancionada pelo prefeito Alcides Bernal (PP).

A auxiliar de dentista Elizângela Silva, 30 anos, é contra a realização dos shows durante a festa agropecuária. Ela acha que a cidade precisa de um local para apresentações musicais. “Enquanto não arrumarem um lugar adequado para os shows, melhor não ter”, comentou.

Elizângela é moradora da Vila Almeida, ao lado da Praça do Papa, e se diz incomodada tanto com o barulho quanto com o trânsito na região quando há shows. “Quando teve o show da Paula Fernandes, eu não consegui nem chegar até lá”, revela.

O vendedor Hebert Lúcio Córdoba, 23 anos, diz que não concorda com a proibição dos shows previstos na Expogrande. “A Expogrande é o único lugar para se fazer show, com a exceção do Jockey Clube, a festa é uma tradição e as pessoas já estão acostumadas”, avalia o jovem que vai levar o filho para o show dos palhaços Patati e Patatá.

A opinião do rapaz é compartilhada por Dulcelina Graciele Acosta, 21 anos, que trabalha como vendedora. De acordo com a jovem, no ano passado quando a Expogrande não teve shows a cidade ficou parada e isso é ruim para a economia.

“É ruim para a economia, mas também para que quer se divertir”, avalia. No entanto, a vendedora reconhece que o barulho incomoda “Qualquer lugar que tiver shows vai incomodar”, disse.

Elizângela diz que a enquanto a cidade não tiver espaço de shows, é melhor que fiquem suspensos. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Elizângela diz que a enquanto a cidade não tiver espaço de shows, é melhor que fiquem suspensos. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Quem já foi vizinho da feira, reconhece que há barulho e que é preciso se acostumar. “Parece que o show está dentro da sua casa”, fala o torneiro mecânico Denis Paes, 25 anos, que morou por dois anos na Vila Carvalho. Na opinião do rapaz, enquanto a cidade não contar com um espaço de shows eles devem continuar no parque de exposições Laucídio Coelho.

Denis acredita que as apresentações devem ter um prazo para encerramento. “Deveria ter um horário estipulado, dentro da Lei, para não atrapalhar”. Durante a cerimônia da assinatura da Lei Municipal Complementar 2012/2013, que regulou a Lei do Silêncio na Capital, ficou estabelecido entre a Prefeitura e a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) que os shows terminem à meia-noite durante a semana e, no máximo, 1h da madrugada aos fins de semana.

O MPE (Ministério Público Estadual) contesta em duas vias a realização dos shows durante a 75ª Expogrande. O procurador-geral de Justiça, Humberto Mattos Brittes, ingressou com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) contra a Lei que permitiu os shows. Ele alega que a medida viola a Constituição Estadual e torna sem efeito a legislação ambiental nacional.

Além dele, os promotores do Alexandre Raslan e Eduardo Cândia tentam barrar os shows junto a Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais e Homogêneos de Campo Grande. Eles pedem a suspensão sob pena de multa de R$ 500 mil e a proibição de licença ambiental para os shows na Expogrande, Show da Virada da TV Morena, aniversário de Campo Grande, festa de Santo Antônio e na Expo MS Rural.

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