Grupo põe o pé na estrada e descobre como Mato Grosso do Sul é lindo
Amigos resolvem mostrar que não falta roteiro de aventura em MS a um preço bacana
Pelos 40 anos de Mato Grosso do Sul, vale a pena colocar o pé na estrada e descobrir o que esse Estado tem de melhor. Grupos de amigos saíram por aí procurando paisagens fora das rotas turísticas e encontraram cenários que justificam qualquer esforço físico.
Um deles é Campground, formado por Felipe Pellat, Felipe Theodoro, Flavio Pellat e Vinicius Rosi, que depois de uma semana inteira no escritório, resolveram se aventurar. A proposta surgiu em 2016, como um simples passeio e hoje os amigos tem uma lista de destinos. "No começo era hobby, hoje temos um apelo mais forte pela natureza. Todo mundo trabalhava e quando chegava no fim de semana tinha o sonho de viajar. Então, decidimos fazer isso juntos", explica Felipe.
Alguns passeios podem ocupar uma tarde, mas para quem tiver disposição vale acampar e aproveitar melhor a paisagem de um por do sol digno de contemplação.
No roteiro indicado pelos amigos, a primeira parada é em Rio Verde, a 166km de Campo Grande, na cachoeira Ovo Negro. "Em meio a mata fechada, tem muito vento por conta da cachoeira. A visão do paredão jogando aquela água toda, formando um poço azul cristalino é indescritível. Ao admirar todo o entorno, você percebe várias outras pequenas quedas d'água espalhadas por ali e também o motivo do nome da cachoeira: uma pedra negra em formato de ovo estrategicamente fixada naquela paisagem", descreve Felipe.
O passeio pode ser feito em um dia, mas vale a pena acampar, garante. "Se dividir a gasolina fica mais em conta. Mas lá o day-use é R$ 15,00 por pessoa ou R$ 30,00 o camping. Pode levar comida, bebida e aproveitar a cachoeira à vontade".
Outro destino que tem feito visitante se apaixonar é o Morro do Paxixi, localizado no distrito de Camisão, 150 km da capital, perfeito para um bate-volta. Para quem gosta de trilha, a paisagem é recompensadora.
Dessa vez quem ensina como aproveitar é Ediney Soares Machado, de 24 anos, acadêmico de Geografia e motociclista. Ele faz parte do grupo "Belezas do MS", que também busca desbravar locais pouco conhecidos. Sobre o morro, ele diz que a caminhada ecológica começa no pé do morro e termina no pico, em um local que dá visão privilegiada para contemplar o sol se despedir do dia.
O acesso até lá é pelo distrito de Camisão. Após sair da rodovia, a maior parte da estrada é de terra e a condição da pista é boa. É possível fazer grande parte do percurso de carro, mas, para os aventureiros, também pode ser feito de bicicleta ou a pé.
A primeira experiência de Ediney foi na companhia da noiva e serviu de lição para as próximas viagens. "Acampamos no alto do morro e a tempestade quebrou a nossa barraca. Mas no dia seguinte, quando a gente acordou, a paisagem compensou toda a tragédia".
Bem mais perto de Campo Grande, a 45 km, o destaque é a para a Cachoeira do Salto. O acesso é pela saída de Rochedinho depois da UCBD (Universidade Católica Dom Bosco). "É ideal para um bate-volta. Recomendo levar um lanche, roupa confortável, protetor solar e repelente. Mas a vantagem é que o custo é praticamente zero".
Mas a favorita de Ediney é a cachoeira do Rio do Peixe, em Rio Negro, a 150 km em Campo Grande e com acesso livre. No meio do nada, ela surge dentro de uma fazenda que é aberta aos visitantes.
A cachoeira de 68 metros de altura fica mais precisamente no Distrito de Fala Verdade e o local é totalmente preservado.
Para chegar, é preciso pegar a estrada sentido Rio Negro. Antes da cidade, haverá uma entrada. É bom prestar muita atenção porque não existe uma placa indicando a cachoeira.
Também é um passeio sem possibilidade de hospedagem. Por isso, mais uma vez é necessário levar um ''kit de sobrevivência'' para passar o dia e sem deixar de lado a consciência. "A gente dá dicas, mas sempre alerta para que as pessoas cuidem e preservem do espaço onde vivem".
Apesar de já ser manjada como rota turística de Mato Grosso do Sul, Bodoquena é sempre sugerida. Com possibilidade de hospedagem e infraestrutura para turistas, o investimento é maior, mas com preços que valem a pena.
Saindo de Campo Grande pela BR-262/MS, até a cidade de Miranda, basta pegar a MS-339 sentido Bodoquena, sugere Felipe. "Chegando em Bodoquena, é necessário atenção para não errar o caminho. Lá o nosso destino foi o Refúgio Canaã que é um lugar cheio de cachoeiras".
Segundo ele, a Cachoeira Perdida é um dos passeios mais incríveis. "Por ser de difícil acesso, a trilha é cheia de poços naturais formados pelas pequenas cachoeiras. Mas o que é maravilhoso é encontrar uma água tão cristalina".
Para passar o dia o valor é R$ 25,00 por pessoa e o camping é R$ 45,00. Se escolher o quiosque o valor sobe para R$ 60,00 e quarto para casal é R$ 220,00 a diária com direito a café da manhã.
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