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Diversão

MC Anarandá lança 1º álbum com a ancestralidade guarani kaiowá em rap

Rapper indígena mistura tradição guarani kaiowá e hip-hop em primeiro álbum

Por Thailla Torres | 23/09/2025 08:25
MC Anarandá lança 1º álbum com a ancestralidade guarani kaiowá em rap
O trabalho reúne oito faixas em que a artista mescla batidas do rap com cantos tradicionais e a espiritualidade guarani kaiowá

Hoje (23), a cantora sul-mato-grossense MC Anarandá, da aldeia Guapoy, em Amambai, lança seu primeiro álbum autoral, “Pehendu Ore NÊ'Ê – Escuta nossas vozes”, disponível em todas as plataformas digitais.

RESUMO

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MC Anarandá, cantora indígena da aldeia Guapoy, em Amambai (MS), lança hoje seu primeiro álbum, "Pehendu Ore NÊ'Ê – Escuta nossas vozes". O trabalho, disponível nas plataformas digitais, mescla rap com cantos tradicionais guarani kaiowá, abordando temas como preconceito, violência contra a mulher e defesa do território. O álbum também celebra a cultura indígena e a esperança por um futuro mais harmonioso.Com letras em português e guarani, Anarandá busca amplificar as vozes de seu povo e manter viva sua cultura. O álbum conta com a direção artística de Vinil Moraes, beats de Wagner Bagão e participações da Orquestra Indígena e outros artistas. Duas faixas, "Mãe" e "Che Machu mandu’a kuemi", já possuem videoclipes. Anarandá, que também é professora e escritora, convida o público a conhecer seu trabalho e a não ter medo de se expressar.

O trabalho reúne oito faixas em que a artista mescla batidas do rap com cantos tradicionais e a espiritualidade Guarani Kaiowá. Para ela, a data não é por acaso: a estação do florescimento simboliza renascimento e esperança, sentimentos que atravessam as músicas.

Anarandá traz no próprio nome a força da tradição: em guarani, significa “mulher flor brilhante, carismática e comunicadora”. Ao adotar o “MC”, assume também seu espaço no hip-hop, sem abrir mão da ancestralidade.

“Descobri no rap uma ferramenta capaz de transformar minhas dores e as de muitas mulheres indígenas em força. Comecei a rimar em português já na adolescência, mas percebi que podia ecoar também em guarani, dando voz não só às minhas vivências, mas também à resistência do meu povo”, conta.

As letras abordam preconceito, assédio, defesa do território e violência contra as mulheres, mas também celebram a cultura e a esperança de dias mais harmoniosos.

Entre as oito faixas estão “Mãe” e “Che Machu mandu’a kuemi – As lembranças da minha avó”, que já ganharam videoclipes dirigidos pela cineasta Marineti Pinheiro. Outras canções, como “Assédio”, “Te procuro”, “Escuta minha voz”, “A dor de um parto”, “Amazônia” e “Jasy Tata – A lua de fogo”, completam o repertório. Esta última deve ganhar videoclipe em novembro.

“Minha maior inspiração foram meu povo e meus ancestrais, sobretudo as mulheres que resistem. Minha avó tem 112 anos e a convivência com ela me trouxe muita energia e fé de que minha música é revolucionária”, afirma a artista.

O projeto contou com direção artística de Vinil Moraes, beats de Wagner Bagão e participações da Orquestra Indígena comandada pelo maestro Eduardo Martinelli, além da multi-instrumentista Kezia Miranda e do criador visual Pitter Marques. O financiamento veio do Fundo de Investimentos Culturais.

Anarandá também é professora de língua materna, escritora, atriz e criadora de conteúdo digital. Ela transita entre diferentes linguagens, mas todas convergem para o mesmo objetivo: manter viva a cultura Guarani Kaiowá.

Ao lançar seu primeiro disco, a rapper deixa um convite: “Não tenham medo de se expressar e arriscar. Nossa cultura é viva, nossa arte é necessária. Cada voz conta e cada batida pode ser um grito de resistência”.

O álbum está disponível no Spotify, Deezer, YouTube Music, Apple Music e outras plataformas, além do link direto no Instagram da artista: @anarandagk21.

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