Moto Road até atrai público, mas abertura perde para anos anteriores
A última vez que o Moto Road havia sido realizado por aqui foi em 2008. De lá para cá um dos maiores encontros de motociclistas da América Latina havia passado por Santa Catarina e cidades do interior do Estado. A abertura dos portões aconteceu nesta quinta-feira, por volta das 19h, mas pelo menos até 21h o movimento não era tanto.
Dentro do Parque de Exposições Laucídio Coelho já tinham alguns motoclubes e os integrantes estavam bastante animados, apesar de sentirem a diminuição de público. O integrante do motoclube Abandonados, o aposentado Paulo Sérgio, foi ao encontro com a esposa, a servidora pública Luzia Bispo. Os dois vieram na última edição e sentiram diferença.
“Acho que tem menos pessoas por ser o primeiro dia ainda, não tem o evento há bastante tempo e também está cedo, apesar de que no último já tinha mais gente essa hora. Mas acredito que amanhã e depois venha mais gente”, avalia o casal.
Andando um pouco pelo Parque encontramos quatro mulheres bem animadas. Elas fazem parte das MMMS (Mulheres Motociclistas de Mato Grosso do Sul) e comemoravam a volta do Moto Road a Campo Grande.
“O primeiro dia é sempre muito bom porque encontramos os amigos de outros motoclubes aqui, por estar mais vazio. Pelo menos era assim e este ano está igual, aliás, tem até menos gente”, afirma a servidora pública aposentada Márcia Terra, que começou a andar de moto aos 12 anos, mas deixou de lado a paixão por muito tempo para se dedicar ao marido e aos filhos. Ela voltou a andar há quatro anos e esteve em todas as outras 11 edições anteriores do evento.
No entanto, elas já esperam ansiosamente pelos outros três dias do encontro. “Essa é a primeira vez que eu venho, mas sei que a partir de amanhã chega gente de fora, até alguns amigos estarão por aí. Acredito que será meio difícil encontrá-los por conta do grande número de pessoas que acho que terá, mas estou animada”, destaca Cátia Cristiane Ferreira, servidora pública que anda de moto há apenas dois anos, a mais nova do grupo.
Ela começou a andar depois do incentivo do marido, mas as companheiras já sobem na garupa de uma há muitos anos, como a ourives Giselly Semler, que começou com 14 anos e até hoje, 34 anos depois, ainda não largou.
“Naquela época era mais fácil, não tinha fiscalização. Eu pegava a moto do meu tio sem permissão e nunca parei. Acho importante o evento retornar a Campo Grande, todas nós estávamos sentindo falta. Tem encontro de motociclistas em Aparecida do Taboado e outras cidades de MS, aqui estava precisando muito”, ressalta.
É o mesmo que pensa a advogada Melke Melo, que anda de moto há 18 anos. Ela começou na garupa do pai e nunca mais quis sair de cima de uma. “Desde criança andava com ele, até que na adolescência peguei escondida e saí. Eu torço para que o Moto Road dê certo de novo aqui, é muito bom vir, encontrar velhos amigos, dividir histórias e curtir”, reflete.
Ainda assim, mesmo encontrando muita gente revivendo momentos de nostalgia no festival, foi possível conhecer quem estava por lá pela primeira vez. O motorista Marcos Cesar da Silva compareceu com a esposa e a filha e ficou impressionado. “Está como me disseram que seria, sempre me falaram dos outros anos e eu ficava com vontade de ir. Como minha menina também quis muito resolvi aparecer”, diz.
No evento ainda uma praça de alimentação, que vende salgados e doces de R$ 5 a R$ 7. A cerveja no local custa R$ 5 (Skol palito). Ainda há um restaurante que vende pratos feitos de R$ 25 a R$ 35.
Também há concessionárias vendendo motos e um Globo da Morte que terá apresentações a partir de amanhã.
O Parque de Exposições Laucídio Coelho fica na Rua Américo Carlos da Costa, 208, Jardim América. A entrada para o festival custa R$ 20 por dia. Ele acontece até domingo (18).