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Diversão

Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial

Guilherme Chimenes juntou o amor pelo jogo e fez disso um negócio além de "cartinhas infantis"

Por Natália Olliver | 17/01/2025 06:36
 Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial
Guilherme Henrique Chimenes Kunz mostra cartas mais procuradas na loja (Foto: Juliano Almeida)

Charizard, Pikachu, Blastoise e Bulbasauro. Quem nunca viu alguém falando sobre os Pokémons, acompanhou a série do desenho na televisão ou até mesmo jogou o card game que atire a primeira pedra. Exemplo de que o jogo é muito mais do que cartinhas para criança, é o fã que abriu uma loja dedicada só a Pokémon, em Campo Grande, para sustentar o próprio hobby. O local é o único da cidade autorizado pela Pokémon Company, empresa responsável por gerenciar os produtos oficiais.

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Em Campo Grande, um fã de Pokémon transformou seu hobby em um negócio de sucesso: uma loja física autorizada pela Pokémon Company. Inicialmente vendendo cartas e itens online para financiar seu próprio jogo, Guilherme Henrique Chimenes Kunz expandiu para uma loja física, atendendo à demanda crescente da comunidade local. A loja oferece não apenas produtos, mas também ligas semanais de duelos, unindo gerações em torno da nostalgia e da diversão do card game, que, além do entretenimento, estimula o raciocínio lógico e a leitura. O sucesso se deve à acessibilidade do jogo, à constante atualização de conteúdo e à combinação entre a versão física e a online do jogo de cartas.

Há três anos, Guilherme Henrique Chimenes Kunz, de 32 anos, viu os fundos de casa encher de gente procurando as cartas, itens do jogo e por duelos Pokémon. A história teve início quando ele começou a comprar os artigos e revender.

O lucro era destinado a montar o próprio baralho. A surpresa veio dois anos depois, quando o que era apenas diversão virou trabalho sério e com loja improvisada. Em resumo, foi assim é que nasceu a Pokédez.

“Me encontraram na internet e me chamaram para jogar. Fui e gostei muito do jogo. No começo jogávamos no Burger King da Fernando Correia e eu vendia para a galera, lá e na internet, através da Liga Pokémon. Fiquei mais ou menos 2 anos online. Acabou que a Pokémon Company não quis mais deixar a liga sem uma loja física. Me reuni com um amigo, o João Alcim, peguei minha casa que estava disponível e montei no fundo, a loja”.

 Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial
Proprietário usou amor por Pokémon e fez disso um negócio (Foto: Juliano Almeida)

Além dos itens, Guilherme fazia ligas semanais do jogo, também conhecidos como duelos Pokémon. O sucesso natural do negócio foi tanto que ele precisou mudar a loja dos fundos para frente da casa onde mora no bairro Vilas Boas. Agora, o que antes era a sala e a cozinha estão repletos de balções com boxes, Pokémons, cartas e bichinhos fofos. Um dos quartos também virou arena para as disputas, realizadas todas as quintas-feiras e sábados.

 Guilherme não imaginava que o sucesso fosse ser tão grande no local e que se tornaria um dos lugares, referências para os jogadores. “Nunca imaginei que fosse ser assim, até porque era só pra pagar o meu hobby mesmo e as pessoas vem para loja de modo orgânico, nunca fiz divulgação dela. Elas começam a aparecer mais e vão indicando umas para as outras”.

A febre Pokémon une gerações e desde que foi lançado por Satoshi Tajiri, criador da franquia Pokémon, o jogo e tudo que envolve o universo nunca esteve em baixa. Isso porque quem viu a coisa acontecer não abriu mão de atualizar as cartinhas e passar o gosto para os filhos.

Ele conta que o jogo, além de trazer nostalgia, aproxima as idades, que se unem para trocar as cartinhas e completar baralhos. Segundo ele, na loja, os problemas ficam do lado de fora e só existe a descontração.

“Galera curte muito porque tem a interação de ficar jogando conversa fora, colecionar seu Pokémon preferido. É um momento que a gente esquece dos problemas, é muito bom poder ter um espaço para receber os jogadores e disponibilizar produtos. Agora com muita criança indo, os pais gostam muito desse momento que os filhos saem das telas para interagir mesmo com outras crianças”.

 Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial
Duelos Pokémon são feitos no local toda quinta e sábado (Foto: Juliano Almeida)

Aqui, outro ponto destacado pelo fã da franquia é que o jogo ajuda tanto no raciocínio lógico quanto na leitura, já que todas as cartas ensinam, por exemplo, o que o Pokemón faz, como ele se defende, como bater no oponente e que tipo de energia ela usa. Toda a dinâmica precisa ser friamente calculada para conseguir abater o Pokémon do adversário e ganhar as cartas de prêmio.

Para quem não sabe nada sobre o card game, conhecido como TCG (Trading Card Game), para vencer uma partida é necessário resgatar seis cartas de prêmios. No início da partida, cada jogador compra seis cartas aleatórias do próprio baralho e as deixa viradas para baixo na mesa. Cada Pokémon adversário derrotado vai render ao ganhador de um a dois prêmios. Quando derrotar seis, você vence a partida.

Card game que resiste ao tempo

Além da forma física, hoje é possível jogar também no digital. E, apesar da opção, muitos jogadores preferem manter a tradição das cartas físicas. Para ampliar o campo de atuação e alcançar as novas gerações, a Pokémon Company lançou a versão online do jogo. A iniciativa não afastou quem curtia jogar presencial, pelo contrário, trouxe quem conheceu o jogo pela internet para as lojas físicas.

 Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial
Cartas usadas em uma partida de Pokémon (Foto: Juliano Almeida)

A versão digital existe na edição Pokémon TCG Live e Pokémon TCG Pocket, que funcionam tanto para celular quanto no computador. As duas são de graça e com compras opcionais. O pulo do gato da empresa foi ter estimulado a manutenção das duas formas de jogo (online e física), pois cada pacotinho do card game comprado vem com um QR Code para cadastrar um Pokémon no jogo online.

Guilherme explica que a disponibilidade online aumenta ainda mais a interação com o físico. “O interesse dos mais novos foi perdido um pouco com o mundo virtual, mas fico feliz em ver que a comunidade está crescendo mais e mais no jogo físico, com as crianças aderindo. O João Alcim e professor qualificado pela Pokémon company e manteve a liga viva quando não existia loja. Temos uma equipe muito boa pra ensinar, galera que joga faz muito tempo”.

Por que tanta fama?

Segundo Guilherme, o Pokémon, diferente de outros cards games, é acessível, ou seja, possui baralhos prontos com preço popular. “Tem o Magic que é um card game mais antigo, mas é caro.

O Pokémon, além de nostálgico pelo desenho na infância, ainda é bem mais em conta. Hoje tem decks prontos por R$ 129 e você pode começar a jogar. Decks que são vencedores de campeonatos, enquanto outros cards games são muitas vezes importados e custam muito mais caro. A produção brasileira ajuda muito a popularizar”.

 Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial
Para Guilherme, fama do jogo é devido à nostalgia e preço acessível (Foto: Juliano Almeida)

Outro ponto importante que explica a fama do jogo é que ele está sempre se atualizando com novos Pokémons e habilidades. Não é à toa que o país viveu uma verdadeira febre em 2016 quando foi lançado o Pokemón GO.

Pessoas saíram às ruas para capturar os bichos de forma digital e os meses em que a atividade esteve em alta foi também momento de preocupação de muitos, já que a ansiedade era tanta em pegar os Pokémons espalhados, que os jogadores não mediram esforços, inclusive se colocando em risco para consegui-los. Em Campo Grande, pessoas quase foram atropeladas por isso.

Charizard e Pikachu, os queridinhos da galera 

 Pokémon era hobby antigo que fã transformou em loja com liga oficial
Decks de Charizard e Pikachu são os mais procurados pelos jogadores (Foto: Juliano Almeida)

Ele acrescenta que os queridinhos da galera ainda continuam sendo o Charizard e o Pikachu. Eles foram um dos primeiros Pokémons lançados em 1977. A animação que os apresentou para os brasileiros foi transmitida na TV aberta em 1999. A jornada de Ash e Pikachu terminou em 2023, após 1.234 episódios. Mas ele já havia parado de ser transmitido há anos na televisão.

O aplicativo Pokémon TV foi descontinuado em 28 de março de 2024. No entanto, é possível assistir a conteúdos de Pokémon em outras plataformas, como o YouTube e streaming pagos. Apesar da série ter sido o estopim para a fama, a continuidade dela se deve a preservação das memórias e a vontade da comunidade em manter viva os personagens que fizeram história.

Para os fãs do card game e entusiastas nos duelos Pokémons, é possível participar das ligas autorizadas existentes em Campo Grande. Além da loja do Guilherme, chamada de PókeDez, há também a liga no Shopping Bosques do Ipês, realizada todos os domingos.

A loja fica localizada na Rua João Fernandes Vieira, 252 - Vila Vilas Boas, e o horário de funcionamento é de terça até sexta-feira, das 14h às 18h, e aos sábados das 14h às 21h.

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